I Know Kung Fu – A Combo-Aula de Fábio Yabu

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Minha sexta feira tinha sido bem difícil. Entrevista de emprego em outro estado acabou não dando em nada. Estava frustrado e o voo atrasou (imagina na Copa, diriam alguns). Cheguei em SP, havia acabado de chover torrencialmente como sempre, mas desta vez havia caído barreiras nas rodovias Imigrantes e Anchieta e eu não poderia voltar pra casa na hora.

Se não fosse a providencial ajuda do meu primo Willian tinha dormido na rua.

Foi com esse background que eu cheguei ao workshop do Fábio Yabu, “I Know Kung Fu”, para você que não pescou a referência, é baseado numa das falas do Neo, em Matrix. E, graças a ele, foi que eu voltei a olhar pra frente com felicidade, por diversos motivos:

O primeiro foi o fato de eu sempre querer participar de um evento desses. Sou escritor amador, sempre quis melhorar minhas práticas e nada melhor do que alguém que já trilhou o caminho para mostrar como podemos superar nossos próprios obstáculos. Legal discutir ideias com pessoas que não julgam você louco ou avoado, para variar um pouco. O nome do workshop foi um “Chamado a Aventura” irresistível demais pra mim.

O segundo foi notar que eu não sou o único com esse sonho de ser um contador de histórias. O loft do The Hub estava com lotação máxima e contava com diversas pessoas dos mais diferentes backgrounds: professores, designers, fãs do Yabu, curiosos e até mesmo profissionais, como o JM Trevisan (L’EDD, Tormenta e uma cacetada de coisas), o Cris Dias (do Braincast e mais uma porrada de coisas) e o pessoal da Editora JBC. Curioso que aquela máxima “enquanto você tem algo a aprender, você sempre vai crescer” ainda vale.

O terceiro foi o próprio Yabu, que além de ser meu conterrâneo (SOMOS DE SANTOS, CHARLIE BROWN YEAH), é um cara que admiro muito pelos trabalhos diversos e sempre sensíveis, com alguma mensagem a passar. A oportunidade de aprender com alguém assim é sensacional e ele dividiu conosco seus segredos de 15 anos de carreira na criação de histórias para os mais diversos públicos. É criador de “Combo Rangers“, “Princesas do Mar“, “Apolinário, o Homem-Dicionário” e “Raimundo, Cidadão do Mundo“. Seu mais recente livro, “A Última Princesa“, foi lançado em 2012 pela Editora Record. Além disso, também participa do Nerdcast e seu heterônimo, Abu Fobiya, publicou pela Nerdbooks os livros “Independência ou Mortos“, “Branca dos Mortos e os Sete Zumbis” e “Protocolo Bluehand: Zumbis“. Tudo isso, fora os 18 projetos não publicados. E foram lições que valem para a vida. Obviamente não contarei detalhes para evitar spoilers, pois quero que vocês corram atrás quando outras turmas abrirem:

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1-) Ideias e Criatividade

Criatividade é fazer conexões que nunca foram feitas. Controle sua lógica, pois ela costuma matar ideias. Seja mestre de seu domínio, não deixe o mundo te abalar, domine seu plateau criativo. Use sua comunidade e seu ambiente a seu favor e nunca deixe suas ideias nas mãos de outros ou correrem sozinhas: lidere-as!

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2-) O Poder das Histórias

Não fuja da Jornada do Herói, use-a a seu favor. Domine as técnicas e defina bem os 3 atos, antes de tentar quebrá-los. Conheça o suficiente para a história funcionar, pois perfeição é quando não conseguimos tirar mais nada. Saiba o que sua história quer mostrar.

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3-) Mão na Massa

Conheça e domine suas ferramentas. Crie sua comunidade. Descubra a melhor forma de mostrar sua história para o mundo. Não se atenha a detalhes, corte o que for desnecessário. Reescreva. Escreva como quem desenha. Repita. Reescreva e saiba: a primeira versão sempre será uma merda.

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A aula acabou com uma sessão bem longa de perguntas da plateia e assim cinco horas se passaram como se fossem cinco minutos. Sem dúvida, foi revigorante para mim, assim como foi para diversos outros presentes. Ainda mais, devido aos acontecimentos do primeiro parágrafo. Como meu aniversário é dia 27, imagino que seja o presente que ganhei do Universo. Mais uma bola dentro para o pessoal da Beved, que esta organizando diversos workshops que nós do Quadrim estamos aproveitando demais.

Vocês deveriam aproveitar também.

André Faccas

André Faccas - 29 anos, aprendeu a ler com quadrinhos, que se tornaram tão vitais quanto Água e oxigênio. Nunca leu Sandman, acha Alan Moore superestimado e sente saudades de Frank Miller, antes de ser abduzido pela mídia. Mestre Jedi e espião do MI6, com licença para trollar.

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