Quadrim Comenta - Duro de Matar: Um Bom dia para Morrer

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durodematar0501Duro de Matar: Um Bom dia para Morrer (A Good Day to Die Hard)
EUA , 2013 – 97 min.
Direção: John Moore
Roteiro: Skip Woods
Elenco: Bruce Willis, Jai Courtney, Sebastian Koch, Yuliya Snigir, Sergei Kolesnokov

SEM SPOILERS

Duro de Matar – Um Bom dia para Morrer, é de longe a melhor continuação do filme que, em 1988, revolucionou os filmes de ação.

Depois do fraco – porém divertido – Duro de Matar 4.0, muito se especulou se Bruce Willis conseguiria retomar a franquia aos seus patamares originais. A quinta sequência do longa que mudou para sempre os filmes de ação responde positivamente a essa pergunta, mostrando que John McClane ainda consegue cativar o público, entrega cenas de ação que deverão entrar para a História do cinema e mostra porque 25 anos depois, Bruce Willis ainda é o maior herói de ação em atividade.

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Trazendo uma estrutura de história e um roteiro que o aproxima muito do original, o filme abre com uma reportagem de televisão mostrando o panorama atual da situação na Rússia, onde o candidato presidencial Chagarin (Sergei Kolenoskov) tem sua candidatura ameaçada pelo prisioneiro político Komarov (Sebastian Koch), que diz ter um dossiê com provas comprometedoras contra ele, ao mesmo tempo que, em Nova Iorque, John McClane é avisado por seus colegas da policia que seu filho Jack (Jai Courtney), se envolveu em problemas e esta preso na Rússia, e será levado a julgamento em alguns dias.

McClane não fala com o filho há anos, mas ainda é pai do garoto e decide viajar até a Rússia, para tentar ao menos entender o que aconteceu com o rapaz.

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Obviamente, as encrencas perseguem McClane e quando ele, literalmente, tromba com o filho, já é no meio de tiroteios e explosões, para em seguida iniciar a maior – e melhor – cena de perseguição de todos os tempos.

Diferente do filme anterior, onde tanto o sidekick (Justin Long) quanto o vilão (Timothy Olyphant) eram fracos e não representavam ameaça, aqui o roteiro faz todo o sentido e se preocupa em explicar a maior parte dos absurdos que vemos em tela. Se descobrimos que Jack é tão “Duro de Matar” quanto o pai, existe uma razão para isso. Se o plano dos vilões parece uma coisa, é porque mais tarde se revelará algo totalmente diferente, e assim por diante.

Repleto de homenagens aos filmes anteriores (e quem é fã de verdade vai sacar as referências), McClane volta com frases de efeito recheadas de humor, sua tradicional capacidade de arrumar encrencas e causar destruição simplesmente por estar ali e uma pré-disposição para “matar bandidos”, o que segundo seu filho, é a “única coisa onde ele realmente é bom”.

Quando percebe que acabou criando problemas para o filho, McClane decide “ajudá-lo” em sua missão, e ao mesmo tempo, consertar sua relação problemática com ele. É claro que, sendo John McClane, não existe lugar melhor para “discutir a relação” do que no meio de um tiroteio pesado.

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Ninguém vai ao cinema assistir a série Duro de Matar buscando contemplação e profundidade… A grande graça de toda a série sempre foi ver John McClane se metendo nas confusões mais implausíveis possíveis, seja se jogando de um prédio amarrado a uma mangueira de bombeiro, derrubando um avião cargueiro usando um isqueiro, impedindo o maior roubo de ouro da História por causa de uma aspirina ou derrubando um helicóptero com um carro, porque “ficou sem balas”.

McClane está longe de ser uma pessoa sensata e aqui ele continua completamente sem noção e, por conta disso, ainda mais carismático.

Quinze minutos depois de colocar os pés na Rússia, ele já esta causando destruição suficiente para criar um desastre diplomático e o retorno da Guerra Fria mas, obviamente, nada disso é explorado. A adrenalina não baixa em sua curta duração (é o filme mais curto da franquia, com apenas 97 minutos), e as sequências de ação se repetem, até o clímax enorme, absurdo e divertidíssimo (Fique de olho para os gestos de McClane quando ele for atacado pelo helicóptero, para não perder uma das cenas mais engraçadas do filme).

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Jai Courtney interpreta Jack McClane como o sujeito durão e sisudo, que gosta de fazer planos e não sabe exatamente o que fazer quando esses dão errado… Já seu pai é praticamente uma força da natureza, que simplesmente vai improvisando e vendo o que acontece, e essa dinâmica entre os dois funciona maravilhosamente.

Jack fica disputando com o pai para ver quem é mais “hard ass”, mas a todo o momento se percebe que ele respeita e admira o pai. A relação entre os dois vai crescendo durante o filme, nada digno do Oscar, mas o carinho que o personagem de Willis cultivou no público pelos últimos vinte e cinco anos é suficiente para fazer com que nos importemos e torçamos para que ele e o rapaz se entendam.

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E o “garoto”, por assim dizer, mostra-se digno de carregar a tocha, e se eu tinha dúvidas quando foi anunciada sua contratação, agora posso dizer que não me importaria de vê-lo carregando até mesmo um filme solo como o novo McClane da vez (O nome dele é John McClane Jr e não, isso não foi inventado agora), mas Courtney foi sensato o suficiente para dizer que uma sequência sem a participação de Willis não faria o menor sentido.

Falando nele, Bruce Willis está nitidamente se divertindo ao representar John McClane. Apesar de ter perdido todo o cabelo, McClane ainda é o mesmo sujeito que vemos em ação desde 1988, com instintos aguçados e experiência que o fazem detectar qualquer coisa errada a seu redor antes dos demais e que consegue encontrar saídas mirabolantes para qualquer tipo de situação de perigo (A cena que mostra ele chegando ao tribunal e percebendo uma certa movimentação suspeita é uma homenagem direta à cena da chegada ao Aeroporto de Duro de Matar 2, quando ele percebe que há algo errado com os homens que entram na seção de bagagens do aeroporto).

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McClane está cansado e cínico, a idade está pesando, mas ele também está mais maduro, um pouco mais sábio e disposto a reconhecer suas falhas, mesmo que seja necessário se pendurar em um helicóptero para se reconciliar com o filho (“Ah, as coisas que não fazemos pelos filhos”).

Um Bom Dia para Morrer é diversão garantida para quem procura destruição, tiroteio e os improvisos de John McClane, que nos fazem perceber que planejar cada minuto do nosso dia pode não ser o melhor plano e, às vezes, “é melhor se deixar levar”.

E torço realmente para um derradeiro sexto filme, se possível com o velho policial voltando a um “ambiente confinado”, para uma última aventura. No meu roteiro ideal, ele seria convidado para uma festa comemorativa no Nakatomi Plaza, homenageando-o por ter salvado os reféns há 25 anos, apenas para ver o prédio tomado por terroristas, liderados por um dos filhos de Hans Gruber…

Mas fanfics à parte, eu simplesmente ficaria feliz só de poder ver McClane chutando bundas mais uma vez, afinal depois de todos esse anos ele mesmo se pergunta se é ele que persegue as encrencas, ou se são as encrencas que o encontram, onde quer que ele vá.

Marcio Sampayo

Marcio Sampayo é membro do Quadrimcast, tem 37 anos e fã de Quadrinhos, Cinema e Cultura Pop desde que se conhece por gente. Marvete convicto, tem uma obsessão nem sempre bem explicada por Action Figures, Capitão América e Bruce Willis, não necessariamente nessa ordem.

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