Demorou um pouco (algumas décadas), mas Hollywood finalmente aprendeu que os quadrinhos podem render bons filmes e já têm um público garantido. Se apontarmos os holofotes para os grandes ícones conhecidos no mundo todo, como Superman, Batman e Homem-Aranha, aí é sucesso de bilheteria imediato. Mas como os orçamentos dos grandes estúdios não permitem fazer um filme do Homem-Morcego por ano – acredite, se fosse possível, eles fariam – a saída é extrair a fórmula do super-herói, com todos os clichês que a acompanham, parar criar roteiros originais. E de vez em quando um bom roteirista tem a chance de escrever um bom filme de super-herói, dá sorte do estúdio entregar o roteiro para um bom diretor e… voilá! Excepcionalmente, o Top Quadrim apresenta não os 10 (porque qualidade é item raro!), mas os 5 melhores filmes de super-heróis que NÃO vieram dos quadrinhos, mas bem que poderiam.
05 – JUMPER
Não é exatamente um super-herói, mas tem muita coisa dos quadrinhos. Aqui temos o mutante clássico, que desperta seus poderes na adolescência e se sente diferente e excluído da sociedade (sem contar que o poder de se teleportar para qualquer parte do mundo é sensacional!). Sem orientação de ninguém, começa a tirar vantagem do poder, até que passa a ser perseguido e descobre que não é o único. Só faltou aparecer o Professor X chamando ele para os X-Men. O filme é bem divertido e o poder muito bem explorado, mas não chega a ser uma obra-prima, tem furos de roteiro e antagonistas meio chinfrins.
04 – HANCOCK
Hancock é um filme diferente porque o protagonista na verdade é só um cara com poderes. Ele não quer ser herói, não faz questão de fazer o bem e quando tenta acaba estragando tudo. Um diferencial desse filme, que dependendo da expectativa pode ser algo bom ou ruim, é que o surgimento de Hancock não é mostrado, ele já aparece como personagem estabelecido naquele mundo. Não há histeria coletiva por um homem voar e ser invulnerável. Ou poder levantar um ônibus com as mãos. Não há a tradicional “caça ao herói” pelo governo ou algo do gênero. E quais as consequências do “Super-Homem” ser negro e ter se revelado no início do século XX, o que mudaria toda a História? Nada disso é explorado no filme, que prefere simplesmente mostrar Hancock quebrando as coisas pelo caminho. O mundo não é transformado pela presença de um ser poderoso, o que diminui um pouco seu “realismo”, mas a metade final do filme surpreende um pouco.
03 – OS INCRÍVEIS
É uma homenagem aos super-heróis dos quadrinhos! Estão lá todos os clichês do gênero: família superpoderosa, ajudante-mirim, os uniformes, identidade secreta, heróis aposentados barrigudos que não sabem levar uma vida normal. Apesar de não ser o primeiro longa metragem (mas primeira animação) na febre hollywoodiana por super-heróis, foi para admitir para o mundo de que eles vieram pra ficar. Foi aquele momento em que a Pixar disse: não temos os direitos da Marvel ou da DC, mas olha como seria se tivéssemos. Um sucesso estrondoso que todo fã mais velho dá o filme de presente pro filho só pra ver junto.
02 – PODER SEM LIMITES
A maior surpresa do gênero. Mesmo com um trailer bem instigante, admitam, ninguém esperava muito desse filme. E é muito bom! Há as comparações inevitáveis com Akira – por causa de uma cena apenas – mas o filme não copia nem adapta história alguma. É uma trama original, que reúne elementos conhecidos, como a dúvida do que fazer com um poder até as consequências de seu uso. Aqui, ao contrário de em Hancock, o mundo é transformado pelos protagonistas. E não tenho problemas com o estilo de filmagem, mostrando a visão a partir de uma câmera inserida na história (adoro Cloverfield), é apenas mais um elemento a trazer o espectador para DENTRO do filme. As cenas de voo são incríveis.
01 – CORPO FECHADO
O filme mais reverenciado entre os fãs de quadrinhos de super-heróis, do tempo que o autor e diretor M. Night Shyamalan era realmente bom! A gênese do herói (com nome de iniciais iguais, David Dunn) é mostrada de forma cadenciada, dando ênfase ao caráter e não aos poderes. Um colecionador de quadrinhos, uma trama inteligente, Bruce Willis e Samuel L. Jackson, o que mais um filme precisa pra agradar os fãs de super-heróis? Nada, né? Melhor que isso só se inserissem o Hulk como causa do desastre inicial. Obrigatório!
Bônus: DARKMAN
É um clássico de super-herói do início dos anos 90. Escrito e dirigido por Sam Raimi (aquele mesmo, dos filmes do Homem-Aranha), Darkman foi concebido após este não conseguir os direitos pra filmar O Sombra (que ganhou uma adaptação logo depois). Um herói sombrio, amargurado… em um dos filmes mais toscos da época. Sério, se você gosta de Darkman NÃO REVEJA após tantos anos ou pode mudar de opinião (tem no Netflix). A história não compromete, é o básico sobre vingança mascarada (literalmente), mas parece que o orçamento não era dos mais generosos, apesar do bom elenco. O filme, cuja intenção é ser sombrio, já começa com letras coloridas e efeitos de fogo dignos de Photophop nível aprendiz. Depois não diga que não avisei.
Acredite, tem gente que não gosta de Corpo Fechado. Eu.
Os Incríveis serve sob medida pra esfregar na cara da Fox, como se dissesse a todo momento “vocês podiam ter feito um filme do Quarteto Fantástico decente!”
A cena mais impressionante de Hancock foi deletada.
DarkMan é um daqueles filmes que marcou a minha infância, eu achava ele muito foda. Boa lista!
Donnie Darko tambpem conta. 😉
Não mesmo hehe
Poder sem Limites é muuito ruim !
Tirando Hancock, Os Incríveis (o Quarteto Fantástico que merecemos) e Darkman, acho todos os outros ruins!
Ótima matéria. Tem um filme chamado Defender, que eu achei muito bom, excelente mesmo. Assistam, eu diria,…
Faltou o filme ” Eu sou o número 4″