Olá Tropa! Estamos estreando uma nova coluna aqui na Quadrim onde, como o próprio nome diz, pretendemos discutir sobre essa “materialização” de nossos personagens preferidos através de brinquedos e colecionáveis.
Os brinquedos existem desde que o mundo é mundo, mas se tem uma coisa que Titio George Lucas nos ensinou láááááááá em meados da década de 70 é que se é possível ganhar dinheiro criando filmes “Blockbusters”, dá para ganhar MUITO MAIS licenciando os personagens na maior gama possível de produtos: Mochilas, lancheiras, canecas, figurinhas, camisetas, cadernos e, claro, brinquedos.
George Lucas mostrou o caminho
Como o universo de “colecionáveis” baseados na cultura POP é extenso demais (virtualmente infinito, nos dias de hoje) para tentarmos explorá-lo em todas as suas possíveis variações, o objetivo dessa coluna vai ser falar sobre as ACTION FIGURES, as populares figuras de ação, conhecidas neste e em qualquer outro universo como “bonequinhos”.
O problema é que mesmo para falar apenas dos bonequinhos, ainda teríamos um universo extenso demais para ser explorado, com as figuras na escala 3.75” (os clássicos Comandos em Ação e os Marvel Universe), a escala de 5” (os bonecos antigos da Toy Biz), a famosa escala de 6” dos Marvel Legends e DC Direct, a escala de 7” da Marvel Select, McFarlane Toys e Neca, minha escala preferida atualmente, a de 12”, das figuras Sideshow e Hot Toys, também conhecida como Escala 1/6 (ou seja, um sexto do tamanho “real” da figura, normalmente algo em torno de 30 cm de altura) e a gigantesca escala 1/4, com figuras de 45 cm da NECA.
E tudo começou com esses cabeçudos…
Sou colecionador desde que me conheço por gente. Comecei com os Playmobil e os Heróis Gulliver quando era pequeno, e até hoje ainda nutro um carinho especial quando encontro uma dessas figuras “estáticas” perdidas no fundo de alguma gaveta… Mas mesmo de pequeno, meus pais diziam que eu tratava meus bonequinhos com todo o cuidado, sempre guardando todas as peças e acessórios e jamais os envolvendo nas brincadeiras mais destrutivas dos meus irmãos mais velhos…
As figuras da Gulliver eram de plástico, a versão colorida era considerada “de luxo” e custava bem mais caro.
Em 1984 a Brinquedos Estrela mudou o mercado, lançando os COMANDOS EM AÇÃO. Na época eu nem fazia ideia de que se tratava somente de uma nacionalização dos americanos G.I. JOE, a única coisa que importava é que os bonecos eram mais articulados que qualquer outra figura da época, lembrava muito o Falcon que seu irmão mais velho brincava, só que bem menor e com muitos acessórios, como armas, mochilas, capacetes e mochilas. Eram bonecos bem feitos, bem pintados, embalados em uma cartela plástica com as fichas dos personagens no verso. Com a ajuda dos desenhos animados da época, marcou toda uma geração e, até hoje, não é raro encontrar colecionadores especializados na linha.
Carga Pesada, o primeiro Comandos em Ação lançado no Brasil, e alguns de seus companheiros.
Em um primeiro momento, eu cheguei a ter todos os Comandos e Cobras lançados pela Estrela, mas em pouco tempo a linha se popularizou e meu pai não conseguia mais acompanhar a velocidade de lançamentos. E não era por falta de grana não, é que pode parecer um conceito estranho para os dias de hoje, mas houve um tempo onde só se ganhava brinquedos no aniversário e no Natal (isso se passasse de ano sem recuperação), e não a cada ida ao shopping… Bons tempos onde você passava meses esperando um presente e, quando recebia, sabia valorizá-lo.
Lembro até hoje uma ocasião em que estávamos viajando durante as férias de Julho, e eu vi em uma loja o lançamento de um jato F-16 dos Comandos em Ação, que abria as asas e descia o trem de pouso, e fiquei simplesmente MALUCO. Eu estava PÉSSIMO na escola aquele ano e meu pai disse que me daria o avião de Natal, se eu passasse de ano sem recuperação. Acho que nunca estudei tanto na minha vida e, quando chegou o Natal, lá estava a caixa enorme embaixo da árvore. Não por acaso, tenho o avião até hoje, praticamente em estado de novo, e não vendo de jeito nenhum. Os pais de hoje podiam tirar algumas lições desse episódio.
O fantástico F16 dos Comandos em Ação.
Mas o tempo passou e eu cresci, descobri que tinha coisa mais legal para fazer com as meninas na escola além de correr atrás delas no pátio e que existiam coisas mais legais para se fazer do que brincar de bonecos…
Mas a verdade é que quem tem espírito de colecionador, nunca consegue ficar “de fora” por muito tempo. Nos anos Pós-Collor, as importações começaram a chegar ao país e as primeiras figuras da Marvel produzidas pela Toy Biz apareciam aqui e ali, normalmente em lojas especializadas.
Figuras de Heróis Marvel Pré-Legends. Sim, isso já foi sensacional um dia.
E outro conceito que pode parecer estranho para os dias de hoje é que, naquela época, a gente começava a trabalhar com 15 ou 16 anos (Bem diferente dessa molecada criada pela avó com leite de pera e me aparece aqui com 27 anos pedindo oportunidade para o primeiro estágio). Aí, amiches, com salário no bolso, sem precisar pedir para o papai ou explicar o que fazíamos com o dinheiro, já dava para comprar aquele boneco maneiro do Homem-Aranha que aparecia nas lojas.
A primeira “temporada” dos Marvel Legends.
Aí, em 1994, a Toy Biz apareceu com os Marvel Legends, e é sobre eles que conversaremos na próxima coluna.
Marcio Sampayo é membro do Quadrimcast, tem 37 anos e fã de Quadrinhos, Cinema e Cultura Pop desde que se conhece por gente. Marvete convicto, tem uma obsessão nem sempre bem explicada por Action Figures, Capitão América e Bruce Willis, não necessariamente nessa ordem.
O Homem de Ferro da esquerda é demais ne!
Muito bom, parabéns!
Você tem a relação dos Comandos em Ação que você? Acho muito legais os nomes deles!
Eu mesmo tenho poucos, entre eles: Franco Atirador Noturno, Patrulheiro das Selvas, Mercenário (que depois descobri que chamam de Caveira), Médico (que nem lembro se tem nome) e mais uns poucos, da minha infância…