Quadrim Entrevista - André Alonso

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Salve Tropa, hoje temos mais um Quadrim Entrevista! E mais uma vez nossa conversa é com um autor que está usando o Catarse como plataforma para lançar uma obra de HQ.

E essa obra tem vários diferenciais: primeiro que não é um trabalho de um nome consagrado… Na verdade, é o primeiro trabalho do autor. Segundo que na verdade não é um trabalho a “duas mãos”, é um trabalho a “múltiplas mãos”! E diferente de muitas obras de quadrinhos, lidando com um assunto presente em nossa vida mas pouco explorado: política!

Então para falar sobre seu projeto “Egum”, conversamos com André Alonso!

Egum Protagonista

Quadrim: André, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas, personagens, histórias preferidas?

André: Como a maior parte da minha geração, comecei com a Turma da Monica, lembro de comprar em banca as revistinhas da Herói na primeira febre de Cavaleiros do Zodíaco e a partir dela fui descobrindo a existência de outros títulos. Acompanhei a Marvel e abandonei quadrinhos, acompanhei os títulos de início da JBC e Conrad nos mangás. Fui voltar a ler quadrinhos bem mais tarde quando tive acesso a quadrinhos da Vertigo. Quando os quadrinhos migraram da banca para as livrarias e esses encadernados foram finalmente publicados por aqui eu pude adquirir e ler no papel.

Quadrim: “Egum”, seu projeto no Catarse, é sua primeira incursão pelos quadrinhos. Como surgiu a ideia do Projeto, principalmente a ideia de misturar quadrinhos e política?
André: A ideia surgiu por eu não conhecer material nacional publicado, comecei a imaginar o que seria um título interessante com algum tema daqui. E se há uma coisa que une todo o brasileiro é a falta de esperança e crença nos políticos, pensei que seria um bom anti-herói. Conforme o projeto foi indo pra frente e eu acabei indo a outras cidades como São Paulo e foi aí que fui descobrindo que existem várias outras obras nacionais feitas por diversos artistas.

Quadrim: Uma peculiaridade do projeto é que você reuniu quatro quadrinistas de estilos e localidades diferentes para trabalhar no projeto. Como foi o processo de seleção?
André: No inicio foi bem complicado, primeiro eu não conhecia o universo dos artistas daqui, e segundo, imagina um artista recebendo proposta de uma pessoa que não é uma empresa, agência nem nada. Se o mercado de arte já é complicado, receber uma proposta de alguém que nem é da área deve ser um belo sinal de furada. Eu encontrei uma ponte fácil pelo Deviantart, onde os artistas mostram a sua arte e as vezes fazem umas “comissions” ou artes por encomenda para fãs. Lá troquei ideia com vários artistas e quando veio a disponibilidade deles veio quase todos de uma vez. E cada um tinha um aspecto bem diferente, eu lembrei do MSP 50 da Turma da Mônica, e decidi seguir com vários artistas, não com várias histórias mas com uma história única.

Quadrim: E o que exatamente fez você escolher os quadrinistas selecionados (Anderson Cabral, Felipe Moreno, Giovana Leandro e Silvio dB)?
André: Foi gostar da arte, ver que eles possuíam um portfólio imenso, e que cada um deles possuía uma técnica e estilo bem diferente um do outro.

Egum capa

Quadrim: Além disso temos três ilustradores (Go Carvalho, Helena Cintra e Tila Barrionuevo), o que levou a incorporar eles ao projeto?
André: O Tila foi o primeiro, a HQ tenta se aproximar do gênero da Vertigo, e amo o Sandman, acabei encontrando as ilustrações dele na internet e na hora lembrei do Dave McKean (capista do Sandman), olha uma das artes do Tila e tire suas conclusões. O Go Carvalho conheci ele na QuantaCon em São Paulo, ele estava com uma barraquinha mostrando os desenhos, grafites e artes dele, gostei da criatividade das letras dele e lancei a ideia. A Helena foi a que chamei por último, ela fez uma arte da Morte e da Delírio do Sandman que acabou caindo nas comunidades de quadrinhos, vi os outros trabalhos dela e tive que a convocar.

Quadrim: E como é lidar com colaboradores de diferentes lugares (Anderson, Felipe, go e Tila são paulistas, Helena é mineira, Giovana é potiguar e Sílvio é pernambucano)?
André: Bom, são pessoas bem diferentes, cada uma com suas peculiaridades, até pra entrar em contato cada um possui uma forma diferente, telefone, e-mail, skype, sinais de fumaça, etc. Mas flui bem. Eu aprendi bastante sobre a produção com o Silvio e o Cabral que já atuam fazendo quadrinhos em algumas editoras americanas e não tiverem problema em trocar as experiencias deles.

Quadrim: E por que decidiu usar o Catarse? Porque não tentar uma editora ou uma publicação independente?
André: Eu já acompanhava o Crowdfunding a muito tempo e vi o nascimento do Catarse como algo bem interessante, principalmente com o “case de sucesso” do “Achados e Perdidos”, mas confesso que tentei o ProAc (Programa de Ação Cultural do Governo de São Paulo) primeiro. Meu projeto é bem megalomaníaco, pois possui uma quantidade grande de paginas e pago os artistas envolvidos (sério, por mais básico que isso deveria ser, é um detalhe bem difícil de acontecer, a maior parte dos projetos que saem a luz do dia ou é uma parceria entre amigos ou um trabalho autoral do próprio desenhista). Eu produzi 1/3 das paginas, e uma editora não vai me procurar, pois se já é um risco muito grande publicar uma obra nacional, imagina uma que ainda está no plano das ideias.

Eu vejo o crowdfunding como uma forma de publicação de quadrinhos independentes, afinal sou eu produzindo, analisando gráficas, definindo o material, fazendo a entrega, organizando e etc. O único diferencial é que o responsável por aprovar o projeto é o publico e leitor, pois é ele que vai decidir, com a colaboração dele se o projeto vai ser real ou não.

Quadrim: Pra finalizar, qual recado você daria a quem pode estar indeciso se contribuiu para o seu projeto?
André: É simples, incentive um quadrinho nacional, pare só uma vez de comprar uma obra de fora que está sendo escoada para cá, se deixe aberto para outras histórias, outros gêneros, vai descobrir que tem muita coisa legal por aí. E nesse projeto, você vai ser um dos responsáveis por ter tornado a obra real no início, vai ajudar a existência de mais material. 35 reais por uma HQ com arco fechado, e com essas quantidades de páginas é um bom negócio. Vá lá e ajude (risos).

Egum Urna

Interessou-se em ajudar? Vá lá dê seu voto… Quer dizer, pode ir lá na página do “Catarse” e dar sua contribuição (contribuindo com R$ 35,00, se o projeto atingir a meta, você garante o seu exemplar!) até o dia 14 de junho para este projeto!

Equipe Quadrim

Nerds e Apaixonados por cinema, séries de TV, animação, games e, especialmente, quadrinhos; os membros da Quadrim se reúnem aqui pra dar sua opinião, mesmo sem ninguém pedir, sobre todos os assuntos que fazem parte desse maravilhoso mundo.

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