Lá e de Volta Outra Vez 09 - Jogos Simples e Histórias Complexas

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Cá estou eu de volta ao meu pequeno espaço aqui na Quadrim! Sentiram minha falta? Se falarem que não, não ganham coluna, hein! 🙂

Tem um tempinho que estava com vontade de falar de games aqui, e hoje é uma boa oportunidade. Na verdade o assunto não é exatamente novo, mas vamos chegar lá.

Há um consenso geral que os jogos de video-game ficaram mais fáceis de uns 25 anos pra cá, isso parece claro.

Não é difícil você jogar no Google “jogos mais difíceis da história” e vai aparecer essa lista aqui:

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10 – CONTRA – NES

9 – ZELDA II: THE ADVENTURE of LINK – NES

8 – CASTELVANIA – NES

7 – DEVIL MAY CRY – PS2

6 – SHINOBI – PS2

5 – IKARUGA – GAME CUBE e XBOX LIVE

4 – F-ZERO GX – GAME CUBE

3 – THE NINJA GAIDEN SERIES

2 – THE GHOULS & GHOSTS SERIES

1 – BATTLETOADS

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Quer relembrar os jogos? Dá uma olhada no vídeo:

Olhando a lista, a esmagadora maioria é de jogos da geração 8 e 16 bits. Eu poderia citar mais um monte de outros jogos que eu considero difíceis, mas não sou um gamer hardcore, então provavelmente vocês iriam me trollar me chamando de noob.

Quem não se lembra de ficar horas pra passar da fase das motos em BattleToads, ou mesmo em desistir nela, ser atingido pelos monstros que vinham de qualquer lugar em Castlevania ou Ghouls and Ghosts? Realmente era uma tortura chinesa, e só os muito persistentes e habilidosos conseguiam chegar até o final.

Os motivos para isso também já foram discutidos por alguns especialistas por aí, mas quero analisar os principais, até para o ponto que quero chegar.

Pouca Memória dos Cartuchos – Esse era o principal motivo prático. Com menos de 1Mb de memória disponível nos cartuchos, era impossível desenvolver um jogo com muitas fases. Então a solução era dificultar o jogo, estendendo o gameplay. Super Mario Bros tem um registro de recorde de 5 minutos e 8 segundos de jogo, por exemplo.

Mudança de Mercado – Os videogames passaram a ficar cada vez mais populares, expandindo o público. Além da geração que cresceu com eles, e que continuam consumindo, temos jogadores desde crianças muito novas, até senhores e senhoras na terceira idade. Agradar esse público todo é importante para a indústria. Outras ofertas de entretenimento, principalmente relacionadas a web, influenciam muito. Não adianta ter um jogo muito difícil, pois o jogador se sente desestimulado e abandona pra ver um video no youtube, por exemplo.

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Tecnologia a favor da jogabilidade – Ficou mais fácil jogar também. Conforme os consoles, principalmente, foram evoluindo, a sensibilidade nos controles e o tempo de resposta ao apertar os botões ajudou muito a facilitar os comandos. Antigamente tudo era meio duro, e era mais complicado acertar. Obviamente o jogo corresponde a isso também, mas hoje é muito mais orgânico jogar, digamos assim.

Nós melhoramos como jogadores – Isso é um tanto quanto óbvio. Envelhecemos, camaradas. Éramos crianças de 6, 7 anos jogando nintendinho e apanhando. Acompanhamos toda a história dos games e crescemos aprendendo a jogar e entender a mecânica da coisa toda, então é claro que é mais fácil pra gente “trabalhar” com o controle na mão. Ou você nunca ouviu tua namorada dizer: “Não sei como você consegue apertar todos esses botões!”.

E por fim chegamos à narrativa, o ponto que eu queria. Estamos em um site que fala de histórias em quadrinhos. Eu sou fã de quadrinhos antes de ser fã de games. Sou fã de histórias, essencialmente. Não tenho preconceito em qual mídia ela está sendo contada.

Como eu coloquei lá em cima, um dos maiores problemas para o pouco desenvolvimento era o pouco espaço de armazenamento. O tempo passou, a tecnologia se desenvolveu a ponto de ninguém precisar se preocupar com isso. Hoje pode-se contar a história que quiser, e a preocupação está no realismo das imagens e animações. O que antes era somente o argumento, o motivo para o Mario sair pulando barris enquanto um gorila os jogava lá de cima, hoje pode-se criar uma mitologia completa.

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Franquias lendárias sempre tivemos. Alguns estão aí até hoje, como Zelda, Sonic, Final Fantasy e o próprio Mario. Mas principalmente desde o advento do Playstation, a profusão de boas franquias, com continuações de jogos de sucesso só aumentou. Dá pra citar rapidamente Tomb Raider, Metal Gear Solid, Resident Evil, GTA e God of War. E mais recentemente, com os consoles de nova geração, Assassin’s Creed, Uncharted, Gears of War, e mais próximo de nós, a série Batman Arkham, que logo mais tem jogo saindo. Batman inclusive tem uma curiosidade e uma tendência. A história é de Bruce Timm, responsável pela aclamada série animada do morcego, e mais tarde pela Liga da Justiça. Muitos roteiristas de outras mídias passaram a trabalhar para a indústria dos games, o que também ajudou a melhorar a qualidade das histórias. Há um caso ainda mais interessante: Os jogos de luta, outrora praticamente ausentes de roteiro, hoje já são bem melhor trabalhados nesse sentido. Injustice: Gods Among Us provou que é possível desenvolver narrativas em jogos essencialmente de competição.

Hoje a indústria dos games fatura mais que a poderosa Hollywood. Os jogos eletrônicos se tornaram uma forma de entretenimento presente em todas as plataformas, e para todos os públicos, seja você um nerd gamer hardcore jogando Halo ou uma vovó jogando Candy Crush no Facebook. Pessoalmente, está bom pra mim. Eu prefiro jogos simples e histórias complexas. Juntas ou separadas, tanto faz.

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Ricardo Sorvillo

Ricardo Sorvillo é membro do Quadrimcast e mora na Terra Média, sempre passeia por uma galáxia muito distante e salva o mundo de invasões alienígenas às terças, mas sempre é trazido de volta por sua esposa e filho, com quem sempre entra em disputa pelo controle do vídeo-game.

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