Legião Origem Secreta
Autores: Paul Levitz (roteiro) e Chris Batista (arte)
Editora: DC / Panini
140 páginas
O mais difícil nessa resenha é justamente tentar definir pra qual tipo de público essa história foi escrita.
Será que a intenção de Paul Levitz era apresentar a Legião para uma geração que talvez não conhecesse as origens da equipe? Dificilmente. Até porque a equipe ganha uma origem diferente de tempos em tempos. Pelo menos isso aconteceu até Geoff Johns conseguir consolidar todas as “legiões” na série “Legião de três mundos”.
A maior parte dos fãs de quadrinhos de super-heróis já conhece o básico sobre a origem da equipe. No século XXXI (devidamente atualizado desde 2001, já que o autor aqui é da época em que eles ainda eram heróis do século XXX, sim, isso entrega a idade) três jovens (Cósmico, Relâmpago e Satúrnia) impedem o assassinato d0 mega-milionário R.J.Brande.
Ganham notoriedade com isso além da gratidão e financiamento de Brande e acabam atraindo outros jovens com superpoderes de vários outros planetas, inclusive aquele que foi a maior inspiração para a criação da equipe, o próprio Superman (ainda adolescente,como Superboy), até se tornarem o supergrupo com a maior quantidade de membros de todos os tempos. Ou pelo menos era até a Marvel decidir dividir TODOS os seus personagens entre Vingadores e X-Men.
Essa é a história que todo mundo conhece, porém o arco em seis parte de Legião Origem Secreta é uma das poucas histórias a levar esse tipo de título que decididamente faz jus ao mesmo. A ideia aqui não é recontar a origem da equipe, mas sim destacar os “bastidores” dessa criação. Efetivamente os “segredos” por trás da criação do grupo. A premissa parece interessante, mas a execução já não foi tão boa assim.
A introdução de alguns personagens como os membros do conselho de segurança dos planetas unidos e o papel “Illuminati” que eles desempenham são elementos novos na mitologia do grupo, mas não achei que tenham funcionado a contento. Inclusive uma das personagens chega a ser extremamente chata de tão repetitiva. Talvez quando a série saiu mensalmente nos Estados Unidos o fato da personagem repetir várias vezes as mesmas coisas não tenha incomodado tanto quanto ter lido agora a edição encadernada.
O roteiro é bastante simplista, chegando a ser óbvio em alguns momentos e repetitivo ao extremo. As ameaças revezam-se entre os atentados a Brande e uma invasão interdimensional por seis edições. Com os únicos momentos que fogem a essa repetição sendo justamente a entrada de novos personagens. Inclusive o ápice da obviedade do roteiro acontece na resolução da trama. Poderia ter sido de forma muito menos preguiçosa.
Se você é fã da Legião, conhece os personagens, origens e algumas características de cada um pode se divertir um pouco mais. Não faltam easter eggs em relação aos personagens apresentados. E, em se tratando de Paul Levitz, não poderia ser diferente. Quando personagens como Brainiac 5 (que normalmente rouba a cena), Etérea, Camaleão, Rapaz-Invisível, Dama-Tripla, Colossal e até mesmo Ultra-Rapaz juntam-se aos três originais é justamente o momento para o autor destacar alguns pontos importantes nas personalidades e até mesmo curiosidades nas origens de cada um. Levitz também destaca características tradicionais da equipe como um todo como a seleção para novos membros e a divisão em equipes para lidar com as ameaças. Ainda assim não deixa de ser uma história fraca do grupo.
Já sobre a arte não há muito o que reclamar. Chris Batista é um desenhista competente sem ser brilhante.
A edição da Panini ficou bem bonita, poderia até dizer que a capa dura pra esse material seria um exagero se não fosse pelo preço de capa de R$19,90 que, convenhamos, é bastante em conta. E, pra usar o termo da moda, deixa a edição “bem bonita na estante”.
Leandro aprendeu a ler com histórias em quadrinhos e desde então não consegue passar mais do que alguns dias sem estar lendo alguma HQ. Fã de filmes, séries e livros de fantasia e ficção científica é ainda o menos nerd dos membros da Quadrim. Será?
