Herói de Brinquedo – Especial “O Homem de Aço” - Parte 1

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Superman Begins!

Olá Tropa,

Sejam bem-vindos ao primeiro especial da nossa coluna. Demos um tempo nas nossas discussões sobre a evolução e as diversas escalas das nossas queridas action figures (coff, coff, bonequinhos) para dedicar uma coluna INTEIRA ao personagem do momento, aquele que para alguns é o maior herói de todos os tempos, enquanto para outros é apenas um personagem menor, de um universo menor.

O que vale é que com a chegada do novo filme e a imensa expectativa causada pelos trailers e fotos que vimos até aqui (eu já vi o filme, mas não vou contar nada para vocês, morram de inveja!!!), vamos falar um pouco da evolução das figuras de ação do Superman.

Gostando ou não do personagem, é inegável que ele é um dos super-heróis mais icônicos e conhecidos em todo o mundo, e mesmo quem nunca tenha visto uma revista em quadrinhos sabe que ele é Clark Kent, que trabalha no Planeta Diário e que namora Lois Lane.

E sendo o Superman um dos maiores super-heróis de todos os tempos e inquestionavelmente, o coração e alma do Universo DC, é impossível falar das figuras de ação do personagem de forma rápida, em uma única coluna… E por isso, excepcionalmente teremos a coluna Herói de Brinquedo sendo publicada DIARIAMENTE na “Semana Superman” na Quadrim, nosso presente para todos os fãs e leitores.

Então, nos acompanhem no primeiro dia de aventuras, onde iremos explorar as “origens” dos bonequinhos baseados no rapaz que demorou mais de 70 anos para aprender a usar as cuecas no lugar certo, e não deixe de acompanhar os lançamentos diários durante o resto da semana porque, sendo bem sincero, a coisa só melhora!

Criado em 1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster para a revista Action Comics, no ano seguinte ele já ganharia sua primeira “figura de ação” e, no decorrer das décadas seguintes, se tornaria talvez um dos personagens mais explorados no mundo dos brinquedos e colecionáveis até hoje.

Tentar listar todas as versões em plástico do personagem não é uma tarefa simples (eu tenho até dúvidas se isso é possível), mas faremos o melhor que estiver ao nosso alcance (e considerem sempre que este que vos escreve não é necessariamente um fã do Superman, o que torna tudo ainda mais difícil)..

Em 1939, surgiu aquela que é considerada a primeira figura de ação do Superman (talvez até mesmo de super heróis, é difícil de saber), produzida pela empresa Ideal Novelty & Toy Company. Feita totalmente em madeira, com 13 ½ “ de altura (uns 35 cm), a figura é incrivelmente articulada (especialmente considerando a época em que foi construída) e, obviamente, considerada uma peça de museu valiosíssima para os dias de hoje:

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Tínhamos uma figura dessas em nossa coleção particular, e pretendíamos sorteá-la para um dos nossos leitores, mas infelizmente o mascote da Quadrim pensou que a peça de madeira fosse um osso, e a roeu até não sobrar mais nada. Nosso amigo André Faccas passou mal ao ficar sabendo disso, e teve que ser hospitalizado, mas informamos que ele passa bem.

Quanto ao nosso mascote… Bem, ele não se chama Cão Vergonha à toa…

cao vergonha

A próxima encarnação registrada do Homem de Ação como colecionável viria em 1942, em uma estatua de 5 ½” (uns 15cm), produzida pela empresa SYRACUSE ORNAMENT Co:

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Com a chegada da Segunda Guerra Mundial o mercado de brinquedos e colecionáveis deve ter dado uma estacionada, pois não se encontram mais registros históricos de novas figuras de ação do Superman até a década de 60 (Mas é mais provável que eu não tenha conseguido encontrar evidências das figuras do que terem ficado mais de 20 anos sem produzir brinquedos do Superman, mas sendo da DC, não dá para duvidar de nada).

Mas o mundo dos brinquedos e especialmente das figuras de ação mudou radicalmente em 1966, quando o designer de brinquedos Stan Weston levou para a Hasbro a ideia de um boneco totalmente articulado no formato de um soldado, com uniformes e equipamentos sobressalentes, que poderiam ser trocados. Nascia assim o G.I. Joe, considerado o primeiro brinquedo moderno a ser chamado de “figura de ação” (termo criado pela Hasbro para tirar o estigma de “brinquedo de menina” que os bonecos trouxeram quando foram lançados. Aqui no Brasil o G.I. Joe ficou muito conhecido na década de 80, quando foi lançado como Falcon pela Estrela).

Com o dinheiro recebido pelos G.I. Joe, Weston montou sua própria empresa de brinquedos, a Leisure Concepts, e conseguiu os direitos de comercializar as licenças de personagens da Marvel e DC. Ele levou o mesmo conceito de figura articulada que trocava uniformes para a Ideal Toys, que buscava desenvolver um produto que pudesse concorrer com o sucesso dos Joes.

Assim nasceu o Captain Action, que poderia adotar a identidade de qualquer herói da época, através de kits com uniformes e “mascaras” que podiam ser colocadas em cima da cabeça do boneco e, dessa forma, se transformar em outro personagem. Entre as licenças negociadas por Weston e produzidas pela Ideal, estavam o Superman, Batman, Homem-Aranha, Capitão América, Aquaman, Fantasma, Cavaleiro Solitário e Tonto, Flash Gordon, Buck Rogers, Nick Fury e Besouro Verde.

A linha teve muito sucesso na época de seu lançamento, e se manteve durante o ano seguinte em alta. Mas em 1968 as vendas declinaram, o mercado de brinquedos era muito agressivo e as figuras foram descontinuadas. Ainda assim, foram uma das melhores representações do Superman na época.

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Já em 1970, Martin Abram e seu pai, David Abram, transformaram a MEGO em uma das indústrias de brinquedos mais conhecidas em todo o mundo. Comprando o maior número de licenças de filmes, personagens de quadrinhos e seriados (essas coisas eram extremamente baratas na época), eles também lançaram sua própria figura de ação, com o objetivo de concorrer com os Joes e com o sucesso que os Captain Action tinham feito nos anos 60.

Investindo em uma escala criada por eles, de 8” (cerca de 20 cm), a grande diferença é que na época eles já apostaram no conceito de corpos intercambiáveis, que permitiam trocar mãos, esculturas de cabeça, uniformes e equipamentos.

Entre as figuras do Superman lançadas na época, destacam-se o primeiro Superman de 8” e a primeira figura de ação do Sr. Mxyzptlk (além de uma Supergirl, raríssima).

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Em 1978, já com o sucesso estabelecido, a MEGO se permitia fazer figuras “especiais” de tempos em tempos, inclusive uma coleção de “luxo”, com figuras de 12 ½” (uns 35 cm, uma escala que não existia na época, e só foi utilizada para provar que eles não precisavam usar os mesmos moldes que seus concorrentes G.I. Joe).

A linha “deluxe” era formada por Superman, Jor El, General Zod e Lex Luthor e, apesar de oficialmente usarem apenas as versões dos quadrinhos, as esculturas foram nitidamente baseadas nos atores que interpretaram os personagens no cinema, sem a necessidade de pagar pelo licenciamento da Warner, já que eles já tinham a licença para produzir os personagens da DC.

Até hoje essas figuras são consideradas como uma das melhores já feitas para o Superman.

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Em 1979 a Mego também inovou, lançando uma nova linha chamada “pocket heroes”, com bonecos na escala 3.75” (a mesma que os G.I. Joe viriam a dominar o mercado nos anos 80), também com Superman, Lex Luthor, Zod e Jor El.

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Em 1976 a Mego RECUSOU a licença de um filme de ficção científica que seria lançado no ano seguinte, pois ninguém no mercado apostava que pudesse dar em alguma coisa, cedendo a licença praticamente a custo zero para a KENNER TOYS. O filme em questão era simplesmente STAR WARS e, como se pode imaginar, o sucesso do filme consolidou a Kenner como um dos maiores fabricantes de brinquedos do mundo (foram eles que popularizaram a escala 3.75”).

Em 1984, para concorrer com o sucesso sem precedentes que a Mattel obtinha com sua nova linha de brinquedos “He Man”, e com os G.I. Joe que a Hasbro acabara de lançar na cola do sucesso das figuras de 3.75” de Star Wars da Kenner, a DC tirou a licença de seus brinquedos da Mego e passou para a Kenner, com a missão que eles desenvolvessem uma nova linha de brinquedos que rivalizasse com seus concorrentes.

Investindo em mecanismos escondidos que permitiam que as figuras se movessem de forma dinâmica ao apertar as pernas ou os braços, exibindo assim o “super poder” do personagem retratado, nascia a linha SUPER POWERS, que trazia junto com cada personagem uma mini-revista em quadrinhos, mostrando suas aventuras, e se mostrou ser um sucesso simplesmente sem precedentes até os dias de hoje.

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A linha foi um sucesso absurdo, chegando rapidamente a dominar o mercado, mas sobreviveu apenas por 3 anos (Lançando uma série por ano). Em 1986 as vendas caíram e as figuras foram canceladas (como eu disse, o mercado era duro… Se o brinquedo do verão passado deixasse de vender no ano seguinte, já era), fazendo com que a Kenner negociasse os direitos de fabricação da linha para outros países, inclusive o Brasil, onde a Estrela produziu e distribuiu muitas figuras, tornando a linha extremamente popular também em terras tupiniquins.

A série 1 trazia Superman, Aquaman, Batman, Robin, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Gavião Negro, Lex Luthor, Coringa e Pinguim.

A série 2 trazia o Sr. Destino, Caçador de Marte, Tornado Vermelho, Arqueiro Verde, Nuclear, Darkseid, Desaad, Mantis, Parademônio, Kalibak e Steppenwolf.

A série 3 trazia Clark Kent, Capitão Marvel, Senhor Milagre, Brainiac, Homem Elástico, Orion, Cyborg e Mr. Freeze.

Cada série também trazia veículos e sets especiais, como a Sala da Justiça, Batmóvel e um monte de outros acessórios, que daria tranquilamente para escrever uma coluna só para essa série, caso o autor considerasse a DC digna do trabalho necessário (o que não é o caso).

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1989 foi o ano de outro personagem da DC, e ganha um doce quem imaginar qual é…

Sim, o nosso querido Homem-Morcego ganhava o longa-metragem dirigido por Tim Burton, com Michael Keaton e Jack Nicholson e, obviamente, os brinquedos que dominaram o mercado tinham um morcego em algum lugar.

A DC, em mais uma mostra de suas bem pensadas decisões, considerou o declínio de vendas da linha Superpowers como “um fracasso” (mesmo que ela tenha sido o sonho de 9 em 10 meninos) e tirou a licença da Kenner, passando para uma nova empresa que acabava de surgir, chamada Toy Biz. A Toy Biz lançou uma linha de figuras baseadas no filme do Batman que eram, bem… Praticamente cópias da linha Superpowers, só que com o Batman pintado de preto (A Estrela também lançou essa figura por aqui, quando o filme estreou).

Assim como qualquer coisa que tivesse um morcego estampado em 1989, a linha vendeu bem, e no ano seguinte a Toy Biz já mudou o nome para DC Comics Super Heroes, trazendo além do Batman com uniforme do filme (todo preto), um Superman (com anel de kryptonita), Mulher-Maravilha, Flash, Lex Luthor, Lanterna Verde, Robin, Coringa, Pinguin, Sr. Frio, Aquaman, Flash, Gavião Negro, Charada e Duas Caras.

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Em 1995, não muito contente com os resultados das figures da Toy Biz, a DC passa mais uma vez a licença do Superman para a Kenner (mostrando que esse mercado de brinquedos era uma verdadeira bagunça), que lança a linha Superman: Man of Steel, explorando as figuras que saíram na saga A Morte do Superman, que tinha reacendido o interesse pelos quadrinhos do azulão.

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A linha ainda teve uma segunda série:

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Em 1996, com o sucesso da série animada do Batman, assinada por Bruce Timm e Paul Dini, a Warner encomendou a série animada do Superman, que teve 3 temporadas e alguns longa-metragens e, óbvio, também gerou sua própria linha de brinquedos, espalhadas em quatro séries.

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E claro, não podia faltar o tradicional 2 pack com o Batman.

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Em 1996 a Kenner inovou e lançou a linha Total Justice, que tinha uma escultura melhor, tentando deixar os heróis da DC com um jeitão mais Marvel, ou seja, mais ameaçador, com mais jeito de “macho”.

A série teve Superman, Batman, Robin, Flash, Aquaman, Lanterna Verde, Darkseid, Gavião Negro e Despero e, sou obrigado a admitir, eram LEGAIS DEMAIS! E digo mais, eu tive todos, TODOS!!!

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Não à toa, foram referências de figuras para a DC Comics por um bom tempo, com a Kenner explorando esse tipo de escultura em várias versões do Superman, incluindo as elétricas azul e vermelha.

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Em 1999 a Kenner também lançou a linha DC SUPERHEROES com 7”, o que permitia mais detalhes e um melhor acabamento:

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Em 2000 a DC finalmente tomou vergonha na cara e montou uma empresa especializada em brinquedos e colecionáveis chamada DC Direct, e com isso começou, aos poucos, a subir o nível, já visando um público alvo diferente. Agora as figuras já não eram para crianças, e sim para colecionadores, que podiam pagar mais, mas também exigiam produtos de melhor qualidade.

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Smallville estreou na TV, trazendo o jovem Clark Kent antes de se tornar o Superman, e não demorou para ganhar sua própria linha de figuras de ação:

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Em 2003 chega a linha com o nome super original “Superman 2003 Action Figures”, que já trazia melhores esculturas e acompanhava o elevado padrão de qualidade que o mercado vinha exigindo:

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No mesmo ano teríamos as figuras baseadas na aclamada série O Reino do Amanha, de Mark Waid e Alex Ross, e as figuras acompanhavam os designs criados pelo ilustrador:

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Mas se essas eram as figuras para os colecionadores, que como já aprendemos nas colunas anteriores, são os adultos que ainda brincam de bonecos, não podemos esquecer que o maior mérito dos personagens da DC é o de ser extremamente infantis, e eles não esqueceram de seu público alvo, e a Mattel continuou fabricando as figuras mais simples.

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Em 2004 a DC Direct traria a linha “Return of Superman”, novamente baseada nos personagens da Morte e Retorno, mas agora com melhor escultura e pintura

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Outros destaques desse ano foram as figuras baseadas em Cavaleiro das Trevas, emulando o traço de Frank Miller e Hush, emulando o traço do desenhista Jim Lee. Também lançaram a versão “primeira aparição” e uma versão similar aos quadrinhos da época.

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As figuras infantis de 2004 ficaram por conta das váááárias figuras baseadas no desenho “Liga da Justiça Sem Limites” e eram basicamente diferentes versões dos mesmos bonecos já lançados baseados no traço de Paul Dino em As Aventuras do Batman e As Aventuras do Superman.

Em 2005 a DC Direct deu um presente para os fãs, lançando as figuras da Liga da Justiça baseadas no traço do ilustrador Alex Ross.

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Mas provando que a DC é uma editora que realmente não tem a menor coerência, no mesmo ano ela lançou a linha de figuras baseadas no traço do desenhista (?) Ed Mcguiness (meus olhos doeram só de ter que pesquisar essas figuras).

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E mostrando que para cada acerto, existe um erro, depois eles lançaram a incrível figura da versão alternativa de Mark Millar, RED SON e a versão do Superman Composto que, bem, decidam por si próprios:

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E se vocês acham que o que vimos até agora é “demais”, saibam que ainda estamos vendo apenas a ponta do iceberg, pessoal! Sim, o Superman é um dos personagens mais queridos e explorados da nossa amada indústria de brinquedos e, como vocês devem saber, 2006 foi considerado o “ano do Superman” para a DC, e os lançamentos das figuras de ação realmente seguiram esse conselho à risca!

Volte amanha, e não perca a segunda edição extraordinária dedicada ao Homem de Aço, só aqui, na “Semana Superman” da Quadrim.

Até lá!

Herói de Brinquedo – Especial “O Homem de Aço” – Parte 2

Marcio Sampayo

Marcio Sampayo é membro do Quadrimcast, tem 37 anos e fã de Quadrinhos, Cinema e Cultura Pop desde que se conhece por gente. Marvete convicto, tem uma obsessão nem sempre bem explicada por Action Figures, Capitão América e Bruce Willis, não necessariamente nessa ordem.

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