Olá, seres desprezíveis que me leem aqui.
Sei que estou atrasado com a coluna, mas quem disse que me importo? Esta coluna faz o que quer, a hora que quer, sacaram? Cambada de sacripantas!
Por algum motivo estranho, o teor dessas primeiras linhas atraem muitas pessoas e os nerds não são diferentes. Os vilões sempre são personagens que marcam bastante em qualquer história. E, nestas últimas semanas tivemos muitas mostras de como os vilões ainda nos fascinam.
A primeira mostra é a comoção pelo final de Breaking Bad, uma série que mostra a corrupção de um honesto professor colegial de química em um poderoso traficante de drogas. Praticamente uma origem secreta de um supervilão contada em formato de série. Aclamada por crítica e público, a saga de Walter White nos mostra que todos temos o potencial de fazer o bem e o mal e que frequentemente, essa diferença é nublada pelas dificuldades da vida.
Sei que vocês querem que eu fale mais de Heisenberg e companhia, mas este não é bem o objetivo desta coluna (e eu não vi nem 2 episódios da série, shame on me).
Por isso, fiquem com esta imagem aleatória:
O outro grande vento tratando de vilões vem dos quadrinhos, que foi o Mês dos Vilões na DC Comics em Setembro, onde as séries mensais deram uma folga para seus protagonistas heroicos, para mostrar contos de nossos vilões favoritos. Desde figurões como Lex Luthor, Darkseid e Coringa, até mesmo um inédito Disk E For Enemy ganharam sua chance de brilhar e nos lembrar porque esses caras devem ser temidos em primeiro lugar.
Mas o grande barato é justamente pensar: por que os vilões acabam sendo tão legais? Por que estes seres capazes de criar o caos e o sofrimento são tão idolatrados por nós, jovens incautos? Bom, para explicar isso, vou tomar emprestado uma frase dele, o Silvio Santos dos quadrinhos, amado por muitos como um herói, mas outros tantos consideram um vilão: Stan Lee.
“Vilões são heróis em suas próprias histórias, por isso é importante criar motivações críveis, com quais os leitores possam se identificar” – Darth Vader da Marvel, AKA Stan Lee.
Tá, ele não disse exatamente isso, mas acho que deu pra pegar a ideia. Vilões são aqueles que, ao invés de tomar o caminho altruísta, tomam o caminho egoísta, de querer sempre mais e mais para si, sem se importar de ferir outros no processo. E adivinha com qual personagem nós, reles mortais, conseguimos nos identificar mais facilmente?
Peguemos um exemplo aqui. Vamos falar de Lex Luthor, o principal inimigo do Homem de Aço. Luthor é um gênio, talvez o homem mais capaz do mundo (depois do Batman, claro), que poderia acabar com o câncer ou a Aids em uma semana, criar combustíveis ecologicamente corretos, alimentos para quem tem fome, essas coisas. Mas ele não o faz, ele prefere passar o tempo tentando matar o Superman, justamente por este roubar a sua alcunha de maior benfeitor de Metropolis.
Lógico, não é apenas isso, Lex também quer mais e mais para si, sendo um egoísta incurável. Mas ele afirma algo que podemos nos relacionar, que é o medo de uma ameaça alienígena, na forma do herói kryptoniano.
Outro vilão que muitos costumam se identificar é com Magneto, que curiosamente, tem a mesma motivação de seu rival, o Professor X dos X-Men. Onde eles se diferem? Nos métodos, é claro. Enquanto Charles Xavier quer salvar os mutantes pela integração pacifica com os humanos, Magneto, pelo seu background trágico como sobrevivente de um campo de concentração nazista, quer que os mutantes sobrevivam… Pisando nos crânios dos humanos! E, muitas das histórias nos colocam esse dilema: estaria Erik Lensheer realmente errado em seu ponto de vista?
Isso nos leva a outro fator determinante em bons vilões: eles refletem um lado do herói, algum aspecto dele, de forma corrompida. Assim como o Superman é um alien com coração humano, Luthor é o pior da humanidade e Brainiac é o pior de tudo que representa ser um alienígena. Darth Vader era, pelo menos a principio, um Jedi “do mal” para contra balancear o inexperiente aprendiz Luke Skywalker. Sherlock Holmes tinha o seu Professor Moriarty que mostrava que nem sempre a lógica era uma coisa boa. A ordem do Batman contra o caos do Coringa, o pacifismo do Doutor contra os Daleks, que exterminam tudo sem critério, enfim, os exemplos são inúmeros.
Mas talvez o fator decisivo que nos atraia aos vilões seja a liberdade que eles possuem. Heróis em sua maioria são presos a códigos de ética, obrigações morais e dilemas, enquanto os vilões literalmente fazem o que dá na telha. Óbvio que em alguns caso, esses papéis se invertem, mas o vilão não tem medo de correr atrás do que quer, mesmo que o que ele queira seja impedir o herói de chegar a seu objetivo altruísta.
É, definitivamente, eu vejo de tudo nessa vida e não morro.
E aí, quais seus vilões favoritos? Comentem abaixo, cães sarnentos!
Meus lacaios leram e recomendam!