Quadrim Comenta - O Hobbit: A Desolação de Smaug

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ATENÇÃO!!! ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS!!!

Não é tarefa fácil fazer uma resenha do segundo filme da trilogia Hobbit. Intensamente criticado pelos fãs, aparentemente aprovado pelos “civis”, a Desolação de Smaug parece sofrer de um mal que assola nossos tempos: O pré-julgamento sem saber do que se fala.

Não é segredo pra ninguém que o livro de Tolkien tem suas 300 páginas, que o estúdio e os produtores transformaram em 3 filmes de 3 horas cada, obviamente visando mais lucro. Também era bem sabido que a história seria, ao contrário de O Senhor dos Anéis, esticada ao máximo. Com isso dito, acho muito estranho as críticas que dizem que o filme é longo, que não acontece nada, que existem cenas e personagens desnecessários ou que não existem no livro. Os puristas reclamam do excesso de adaptações. Venha, e faça o filme que EU QUERO, senão acharei uma merda, é o resumo do que eu li por aí.

Eu quando vou ao cinema, espero que a história e o visual me arrastem para aquele lugar, e naquele tempo, eu me divirta. E isso A Desolação de Smaug conseguiu fazer. Eu não vou aqui ficar procurando argumentos para defender o filme, até porque houve coisas que eu não gostei. Vou comentar cada parte do livro por localidade na história, acho que facilita:

O Início: Achei interessante a cena entre Gandalf e Thorin, pra contextualizar melhor a missão, mas o que me chamou a atenção foi o 3D a 48fps em Bri, uma sensação de imersão absurda.

Floresta das Trevas: Temos Beorn antes, mas ok. Todo o ambiente de Mirkwood é extremamente sinistro, a luta com as aranhas foi bem bacana, e temos o anel influenciando Bilbo. Já com os anões capturados, o reino dos elfos é bem impressionante, e acho que Peter Jackson procurou inspiração nos RPG’s para o visual da morada dos elfos, e na própria atitude de Thranduill, que é um Loki no poder, mas sem tanto carisma. Tauriel se interessando por Kili achei bobo e desnecessário, quase como uma repetição de um Aragorn/Arwen, mas sem nobreza. Legolas está de volta, mas com uma personalidade muito diferente de OSDA. Ficou estranho.

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Fuga nos Barris: É a cena mais divertida do filme. Se você viu Tin Tin, a sequência de fuga tem a mesma fluidez, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas de uma forma dinâmica e empolgante. Legolas está provavelmente mais ninja que em OSDA, e Tauriel tem cenas muito legais.

Gandalf: Enquanto toda a trama rola com Bilbo e os anões, Gandalf vai a Dol Guldur descobrir sobre o Necromante. Visualmente a fortaleza é muito sinistra, de dar medo mesmo. Mas eu achei os efeitos usados na magia de Gandalf bem exagerados, e a revelação de Sauron, que era óbvia, didática demais, e incoerente. Afinal, porque sabendo que Sauron, está de volta, Gandalf não faz nada por 60 anos até o anel sobrar para Frodo? Talvez a resposta apareça no próximo filme.

Bard e a Cidade do Lago: Bard foi um dos personagens que tem pouca importância no livro, fora resolver o problema centras, que é mais desenvolvido no filme. Ele acaba virando um defensor do povo esquecido pelo governo da cidade. Aliás, os personagens do senhor da cidade e seu conselheiro são tão caricatos e fracos que dão vergonha. O conselheiro é um Grima Língua de Cobra baixa renda. Em compensação, a construção da cidade é sensacional, parece real, muito detalhada e viva.

Erebor: Toda a sequência na montanha é boa, o visual é monumental e impressionante, mas achei algumas partes um pouco incoerentes, principalmente a cena de ação final.

Smaug: E foi no dragão que Peter Jackson gastou mais o dinheiro da produção. Se a gente já se impressionava com Gollum, Smaug é um nível extremo de detalhamento, animação e como isso se harmoniza com a voz maléfica de Benedict Cumberbatch. Muito assustador, pra dizer o mínimo. Toda a sequência com Bilbo é muito boa, e a cena de ação final com os anões parece uma fase de video-game. Fiquei incomodado com o jeito que Jackson ligou o fim da batalha com a ida do dragão para a Cidade, pra mim muito incoerente, além de cortar o filme ali, completamente anti-climático. Entendo os motivos dele, mas ainda assim.

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Apesar de vários problemas de roteiro, algumas escolhas que pra mim não foram tão boas, e o excesso de repetição de cenas acontecidas em OSDA, como Kili ferido pela flecha de Morgul, e curado pela elfa com athelas, por exemplo. Ainda assim, curti muito passar mais 3 horas na Terra-Média, e quando a gente não vai de má-vontade ver o filme, entendendo porque algumas escolhas são feitas, mesmo que a gente não concorde inteiramente com elas, A Desolação de Smaug é um bom filme. Visualmente mais belo que o anterior, necessário para levar até o ponto onde toda a história se revela.

Eu não tenho pressa de chegar ao destino. Prefiro aproveitar a viagem. E O Hobbit é uma bela viagem.

Ricardo Sorvillo

Ricardo Sorvillo é membro do Quadrimcast e mora na Terra Média, sempre passeia por uma galáxia muito distante e salva o mundo de invasões alienígenas às terças, mas sempre é trazido de volta por sua esposa e filho, com quem sempre entra em disputa pelo controle do vídeo-game.

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