Quadrim Entrevista - Clayton InLoco

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Olá, #TropaQuadrimcast, prontos para mais um Quadrim Entrevista? Hoje entrevistamos um novo artista que busca o financiamento para publicar sua primeira obra! Conversamos com Clayton InLoco, a mente por trás de Hurulla!

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Clayton, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas, personagens, histórias preferidas?

Clayton: Leio Quadrinhos desde moleque, eu tinha um primo mais velho que era muito apegado que comprava aos montes, e lia tudo que aparecia, mas não era um consumidor ativo, só lia o que ele comprava. Então chegou um vizinho novo na rua, e ele tinha uma coleção bem da hora do Homem-Aranha! A gente pegou amizade, ele também desenhava. Bons tempos. A partir dai passei colecionar a ler toda HQ que aparecia.

Lembro que um grande artista que me influenciou foi o Todd McFarlane. Hoje nem tanto. Hoje curto mais o Gary Gianni, Greg Tocchini, Hiroaki Samura, Ivo Milazzo, Adam Hughes… Isso pra falar assim rápido, porque com a internet eu descubro um novo artista a cada dia.

Meu personagem favorito sempre foi o Aranha. Eu era praticamente o Parker sem os poderes (risos). Agora a minha HQ favorita na verdade é um mangá. Lobo Solitário é de longe a melhor obra que já li na vida! Seguido de Ken Parker (perdeu por pouco!).

Você na verdade está iniciando sua carreira, tendo estudado na Quanta. O quanto a formação pela Quanta te ajudou?

Clayton: Eu tinha acabado de sair da Faculdade, cursei Publicidade. E não queria ficar parado. Tinha feito um dos cursos de férias na Quanta, e assim que tivesse tempo e a grana permitisse ia fazer um curso lá. Era uma correria danada pois morava na Baixada e subia de moto pra curso, chegava lá em uma adrenalina só. O engraçado é que chegava mais cedo que os caras que moravam lá!

Fiz o curso de Ilustração com o Marcelo Caribé, e depois digital com o Ronaldo Barata, e lá fui apresentado a técnicas e uma gama de artistas que nunca tinha sequer ouvido falar. A troca de informações com a galera lá, muitos profissionais, aquele universo era muito gostoso. Era uma sensação de fazer parte que até então não tinha na minha vida. Sempre morei em periferia, e não tinha muito com quem trocar experiências desse tipo, então me marcou muito. Pena que a grana acabou.

Apesar de iniciante, você já teve uma história publicada na antologia Máquina Zero, que reuniu artistas de vários países e foi lançada no FIQ deste ano. Como surgiu essa oportunidade?

Clayton: Isso foi engraçado. Pelo blog da Quanta vi um anúncio de que os recém formados do curso de roteiro estavam precisando de desenhistas. Eu mandei um e-mail com uma página do Hurulla e me ofereci, o Airton Marinho respondeu e me falou sobre o concurso do Máquina Zero e tal que o prazo era até a sexta-feira, sendo que o dia que falei com ele era uma quarta-feira! Fiz a 1ª página e os layouts das outras e mandei.

Os caras do Quadro-a-quadro toparam e mandei na semana seguinte. Foi bacana. Depois na FIQ conheci a galera e os outros artistas. Foi uma experiência incrível! Tomara que role outra.

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Seu projeto no Catarse, Hurulla, já atingiu 50% da meta e ainda tem mais de um mês. Você esperava atingir números tão significativos rapidamente?

Clayton: Sou da turma do só acredito vendo. E quando atingiu os 50% nem acreditava. Confesso que estava receoso, acho que não está mais aquele boom que foi o começo do Crowdfunding.

Hoje tem muitos projetos e dinheiro fica mais diluído, fora a projetos legais como o Portais e o Beijo Adolescente. Fiquei meio em choque no começo, por não ser um artista conhecido e tal, mas a coisa tá indo! Estou tendo muito retorno de quem está apoiando, surpresa total.

E o que você pode revelar sobre Hurulla? De onde surgiu a inspiração para criar a história?

Clayton: Sempre curti o gênero fantasia, gostava de Conan, O Feitiço de Áquila, o game de SNES Prince of Persia, e fiquei louco quando vi o Senhor dos Anéis. Lembro que cheguei em casa meio besta ainda e comecei a escrever a história, e que embora estava sobre tremenda influência do universo do filme, me soou diferente.

Mas o visual ainda não estava como eu queria. Ficava ainda sobre influência da cultura européia, e queria elementos visuais um pouco diferentes. A primeira coisa que estabeleci foi que o Hurulla usaria um poncho, como o Cormano (de uma antigo jogo de arcade, “Sunset Riders“). Escrevi a primeira história e comecei a desenhá-la, estava um desastre! E depois ainda descobri que um filme tinha o final praticamente igual ao que tinha criado (Irmãos Grimm, do Terry Gilliam).

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Cormano, inspiração para Hurulla

Refiz toda a história, com nova narrativa e novo final, e fui tocando. Passei a publicar em um blog, uma página por semana, foi legal que passei a lidar com críticas sobre meu trabalho, e com elas percebi que ainda estava ruim. Dei um tempo. comecei a estudar mais a fundo a linguagem dos quadrinhos e comecei tudo do zero novamente. Passei a fazer toda a arte digital, o que me ajudou muito no processo. Confesso que não sou um bom roteirista, fui muito pelo feeling, o que lógico me tomou um tempo danado. Mas aprendi muito com isso.

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Hurulla é um projeto praticamente finalizado, porque a opção de usar o Catarse e não tentar financiar por outros meios?

Clayton: Eu tinha lido uma matéria sobre Crowdfunding e fiquei curioso, fui conferir. E vi um monte de projetos legais que estavam conseguindo financiamento. Até uns que não gostei estavam se dando bem. Fora a exposição que o site dá. A própria mídia especializada ajudava a divulgar as campanhas, e achei isso o máximo. Era um novo caminho, que não sei onde vai dar. Mas queria fazer parte.

Meu plano inicial era fazer como Webcomic, não tinha nem pensado em levar pra editora alguma. Tinha pouco tempo para me dedicar e fiquei com receio de fazer com compromisso que não poderia cumprir. Estava fazendo mas não tinha muitos planos definidos.

Além do financiamento via Catarse, você também tem o apoio da editora Devaneio, como foi o processo para consolidar esse apoio? E no que eles estão ajudando?

Clayton: Conheci o Gabriel da Devaneio via Facebook. Ele acompanhava o blog tosco que fazia e perguntou se ainda estava fazendo o Hurulla, e se eu queria publicar. No começo achei que era pegadinha (rs), mas ele me mostrou o que já tinha lançado (A Carta e Fantasmagorias), gostei e fechei com eles. Só que ainda estava na metade do Hurulla e disse que tinha pouco tempo pra fazer, só nas horas vagas. E foi rolando até eu descobri o Catarse.

Eu propus pra Editora fazer via Catarse mais interessado na visibilidade do site e na cobertura da mídia especializada que hoje dá um tremenda força. Fora os custos de produção, no que combinamos de fazer o mais baixo possível. Tanto que a meta da campanha está bem abaixo da média. Como estou fazendo tudo de forma digital, praticamente não tive custos de material, só o meu tempo eu perdi. E a editora vai ficar encarregada da produção e distribuição, o que não tenho nem ideia, nem tempo e nem saco pra fazer (risos).

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E pra finalizar, que recado você daria a quem está indeciso se deve colaborar com seu projeto?

Clayton: Que é uma HQ bem sincera, feita com muito suor e por alguém que ama quadrinhos. Não tem nada de revolucionário, nem gostaria de ter esse peso. É apenas uma boa história em quadrinhos de aventura. Não sei o que vai dar isso tudo. Só de ver impresso eu já vou ter vencido uma batalha sobre eu mesmo.

Sempre tive o apoio da minha família e dos amigos, só não tive o apoio de quem mais precisava, o meu. É estranho ouvir isso, mas em contato com um monte de gente percebi que tem muita gente talentosa que desiste dos seus sonhos, e que muitas vezes é por não acreditar em si mesmo.

Obrigado a todos que apoiaram e compartilharam o projeto, e que ainda irão apoiar, pois ainda estamos na metade! (risos)

É isso aí, pessoal, quem quiser conferir o projeto do Clayton, basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 30 você já garante uma edição impressa, sendo que o projeto vai arrecadar dinheiro até dia 11 de março de 2014, com previsão de entrega para Abril (rapidinho)!

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Equipe Quadrim

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