Caixa do Jogo 06 - Party Games

You are here: Home » Colunas » Caixa do Jogo » Caixa do Jogo 06 – Party Games

Depois de um tempo sem apresentar jogos a vocês volto com não apenas uma, mas três indicações de “party games”. E como o nome já diz, são jogos indicados para festas e grandes encontros de amigos. “Tá, mas qual é a diferença para os outros jogos?” – você pode (ou não) perguntar.

Os “party games” são jogos com poucas regras, uma quantidade maior de jogadores e muita interação entre eles. Ou seja, a diversão depende mais do grupo. Se todos estiverem dispostos a se divertir e interagir, é muito difícil se jogar apenas uma partida. Como em todas as categorias de jogos de tabuleiro, há muita discussão sobre as características em comum, complexidade, mecânicas e tudo mais, porém gosto de um conceito que já li no grupo BoardGames Brasil: “party games” são aqueles que podem ser aprendidos e jogados por pessoas bêbadas. Definição perfeita.

01

Dixit
França, 2008
Designer: Jean-Louis Roubira
Arte: Marie Cardouat
Editora: Libellud / Galápagos Jogos
30 minutos
3 a 6 jogadores
A partir de 8 anos

Para quem está acostumado com board games com muitas regras e estratégias jogar Dixit pode ser bem estranho a princípio. Com apenas 6 cartas nas mãos e a obrigação de ser criativo, o jogador pode se sentir intimidado no primeiro momento. Porque cada turno se desenrola a partir de uma carta narrada em forma de frase, música, um som qualquer ou apenas uma palavra para que os outros jogadores escolham em sua mão outra carta que possa corresponder àquela descrição. As escolhidas são reunidas com a do narrador, sem que se saiba de quem é cada uma delas, e assim todos precisam votar em qual era a original. A pontuação é feita a partir do acerto da carta do narrador, desde que não seja unânime. Ou ninguém acerte. Ou seja, o papel de narrador não é tão simples quanto falar “criança sendo devorada” (sim, existe esta carta no jogo), porque se todos acertarem ele não pontua e beneficia os outros jogadores. Ao mesmo tempo, se alguém votar em sua carta, mesmo não sendo a do narrador, você ganha pontos. Então a palavra “criança” pode render ou não pontos para o narrador, mas com certeza surgirão várias cartas na mesa com uma figura infantil.

02

Dixit se torna mais fácil a partir da segunda vez que o jogador precisa pensar em uma descrição da cartão em jogo. E a cada rodada o jogo vai fluindo melhor. Cantar uma música que só você e outra pessoa da mesa conhecem pode render bons pontos. Escolher uma carta que “pareça” mais com a descrição do que a do próprio narrador pode confundir toda a mesa. Fora que é nesses momentos que se descobre quem tem um pé no psiquiatra…

As cartas são um show à parte. A arte de Marie Cardouat é tanto bela quanto sinistra. Algumas imagens são psicodélicas, outras tenebrosas. É muito comum um jogador de primeira partida ficar admirando sua mão antes de escolher uma carta.

coup

Coup
Inglaterra, 2012
Designer: Rikki Tahta
Arte da versão brasileira: Luis Francisco, Weberson Santiago
Editora: La Mame Games / Funbox Jogos
15 minutos
3 a 6 jogadores (versão brasileira com modos de 2 a 10 jogadores)
A partir de 10 anos

Saber mentir é uma exigência de Coup. Blefe é parte fundamental do jogo em que todos os participantes possuem duas cartas viradas para baixo à sua frente. Apenas você sabe as suas. Mas pode dizer que tem qualquer uma.

A história gira em torno da influência que cada família (jogador) tem sobre pessoas importantes de uma cidade. Todos começam com duas influências, que são justamente as cartas à frente. Durante a partida as cartas viradas para cima são influências perdidas e sem nenhuma o jogador é eliminado, único ponto negativo de se jogar com muitas pessoas já que pode demorar a acabar o jogo e ninguém gosta de ficar esperando. Então você pode receber moedas, assassinar alguém, extorquir, dar um golpe de estado… E nem ter a carta que faz isso!

coup2

É claro que se uma influência for contestada, ou seja, sua namorada duvidar que você possui um Duque na hora que você estava acumulando moedas o suficiente para dar um golpe (coup)… Aí ferrou, né? Ou você tem a carta ou perde uma influência.

Acusações, desconfiança, mortes e roubos fazem parte deste divertidíssimo jogo. Garante muitas risadas, mesmo quando você só tem a Condessa. Porque uma hora o Assassino vai pra cima de você e ela vai salvar a sua vida.

the-resistance

The Resistance
EUA, 2009
Designer: Don Eskridge
Arte: Vários
Editora: Indie Boards & Cards / Galápagos Jogos
30 minutos
5 a 10 jogadores
A partir de 13 anos

Um dos jogos mais adorados no mundo, The Resistance é um party game quase perfeito. Criado a partir do clássico Mafia, também conhecido como Werewolf na sua versão mais famosa, o jogo de Don Eskridge corrigiu o principal defeito do original, a eliminação de jogadores. Mesmo com menos participantes (no Werewolf há versões para mais de 20 jogadores), The Resistance ainda é um jogo para grandes grupo, quanto mais gente melhor. E não possui o papel de narrador, que em Werewolf só direcionava o jogo.

Os jogadores se dividem em dois grupos secretos, a resistência – que precisa cumprir missões para derrubar um governo tirano – e os espiões. Os papéis são tirados na sorte e secretamente, quando todos recebem uma carta azul (resistência) ou vermelha (espião). E usando a rotina de fechar os olhos e chamar o papéis separadamente (Werewolf, Mafia, Cidade Dorme) garante que os espiões saibam quem são, mas o resto do grupo não. Todas as rodadas exigem que um líder escolha a equipe para cumprir uma missão. A resistência quer que seja um sucesso, os espiões querem o fracasso. Mais uma vez desconfiança, blefe e muitas acusações. Muitas mesmo.

char1

O ponto negativo do jogo é que dificilmente a resistência vence. Os espiões possuem a clara vantagem de saber em quem confiar, mesmo estando em menor número, e se infiltram nas missões facilmente. A versão brasileira de The Resistance já vem com duas expansões que foram feitas para tentar corrigir isso. Com a adição dos papéis especiais Oráculo (que sabe quem é espião) e Assassino as chances da resistência aumentam, mas não muito. No fim da partida, mesmo com os espiões derrotados o Assassino pode virar o jogo matando o Oráculo. Já a expansão “A trama se complica” possui cartas que dão poderes temporários aos jogadores, como ver o voto secreto de alguém, roubar uma liderança e etc…

Mesmo com essa vantagem pra um dos lados, The Resistance é altamente recomendado. Em uma partida você pode acusar alguém de ser espião, mas na próxima pode ser o contrário.

Leo Spy

Leo Spy é colecionador antigo de quadrinhos, mas nem tanto quanto certos velhos do Quadrimcast, fã de cinema desde sempre e de vez em nunca escreve contos que um dia alguém vai ler. Edita podcasts em troca de encadernados pra viver.

Twitter 

Comentários

comentários


Esse espaço é destinado aos visitantes da Quadrim para interagir entre si e com os membros da equipe. Não é necessário realizar login, basta informar nome e e-mail. Pedimos a todos que se expressem com respeito e cordialidade, evitando ofensas gratuitas e palavras de baixo calão.

A Quadrim não se responsabiliza pelas opiniões postadas nesse espaço por seus visitantes, mas solicita a todos que se utilizem de sua liberdade de expressão com a devida atenção às regras normais de convívio social. Os comentários estão sujeitos a moderação no caso de descumprimento dessas instruções.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.



Konami Easter Egg by Adrian3.com