Quadrim Comenta – Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (S02E01): Shadows

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01Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (S02E01): Shadows
EUA, 2014 – 44min aprox.
Gênero: Série para TV, Ação
Direção: Vincent Misiano
Roteiro: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen
Elenco: Clark Gregg, Ming-Na, Brett Dalton, Chloe Bennet, e outros

AVISO: Essa resenha contém SPOILERS, já que menciona eventos da primeira temporada e alguns pontos do primeiro episódio da segunda.

SINOPSE (IMDB): Coulson e sua equipe agora são fugitivos com recursos limitados – mas isso não os impedem de manter o mundo a salvo de ameaças poderosas e invisíveis em todos os lugares do mundo. No entanto, com os novos membros que eles mal conhecem, será possível voltar a confiar na S.H.I.E.L.D.?

Ano passado, quando “Marvel’s Agents of S.HI.E.L.D.” estreou na carona de “Os Vingadores”, publicamos aqui na Quadrim uma resenha otimista, destacando as expectativas para uma série que poderia ajudar a expandir o Universo Marvel que estávamos vendo nos cinemas. Contudo, os episódios foram passando, a qualidade após o piloto diminuiu sensivelmente, as referências a outros personagens da Marvel praticamente sumiram, e os fãs foram ficando com a sensação de que, na verdade, nada do que se via na série realmente importava. Não bastasse isso, roteiros bobos, personagens pouco carismáticos (à exceção de Coulson e May), tramas que não sabiam para onde iam e nem de onde partiam, e outros problemas se acumulavam na série. Veio o oitavo episódio (“The Well”), prometendo uma integração com o filme Marvel que então estava nos cinemas, “Thor – O Mundo Sombrio”, e um sopro de esperança alentou os fãs. Quando o episódio fez apenas uma pequena (minúscula, na verdade) e indiferente referência aos eventos do filme, a boa vontade foi embora de vez. Pessoalmente, “Agents” deixou de ser uma das séries mais esperadas no meu calendário, e se tornou uma grande decepção, algo que eu continuei assistindo muito mais por uma espécie de “obrigação de fã” do que por gosto. A série parecia fadada ao cancelamento (ou ao esquecimento) após uma temporada que, na minha humilde opinião, não engrenava.

Mas a Marvel Studios, sendo a Marvel, volta e meia consegue maravilhar os fãs. “Capitão América – O Soldado Invernal” estreou nos cinemas enquanto a série era exibida, e novamente uma integração “nunca vista” entre cinema e TV foi prometida. Os eventos mostrados no filme foram bombásticos para a S.H.I.E.L.D., e os roteiristas da série não tiveram escolha senão encarar de frente a necessidade de reinventar “Agents”. De novo uma opinião pessoal: não acho que a grande virada da série, no décimo sétimo episódio (sugestivamente chamado “Turn, Turn, Turn”), tenha sido planejada. Acho que os produtores receberam o roteiro de “O Soldado Invernal” quando o filme já estava quase finalizado, e tiveram que trabalhar numa solução para seu produto a partir daí. As tramas até esse episódio mal se conectavam, os inimigos que apareciam não tinham relação uns com os outros, e nada na série apontava para o rumo que ela tomaria depois da estreia do segundo filme do Capitão América. Felizmente, desse episódio em diante (um verdadeiro e digno crossover com o cinema), a série passou a melhorar e, apesar de algumas bobagens (como o sofrível “Deathlok” e os aparentes poderes mágicos de Nick Fury), “Agents” encontrou um rumo muito melhor. Tramas foram amarradas entre si para coincidir com os eventos do filme, personagens insossos foram descartados ou redirecionados, e o “season finale” preparou o terreno para uma nova temporada cheia de possibilidades. Em outras palavras, dos limões recebidos da Marvel Studios, “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.” fez uma ótima limonada.

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Essa segunda temporada, que estreou na semana passada aqui no Brasil, dá sinais de que irá aproveitar ainda mais a oportunidade criada por “O Soldado Invernal”. A S.H.I.E.L.D. agora se resume a Coulson e alguns poucos agentes leais a ele. A Hydra é de fato o grande vilão da série, e a missão principal desse grupo “especial” de agentes está clara (ao contrário da primeira temporada): combater os remanescentes nazistas que destruíram a S.H.I.E.L.D. Os recursos da equipe são escassos, alguns personagens estão numa situação bem diferente daquela em começaram a série, e novos rostos foram introduzidos (em sua maior parte, de forma competente). Dentre os novatos, não há como ignorar a eterna Xena, Lucy Lawless, e nem o ex-“Heroes” Adrian Pasdar, agora interpretando um interessante General Talbot (personagem conhecido dos fãs de Hulk, que já havia aparecido no final da última temporada, mas que ganha maior destaque aqui). Talbot representa a resposta do Exército americano à “traição” da S.H.I.E.L.D., e promete dar trabalho aos “renegados” da organização, além de ser um antagonista à altura de Phil Coulson. Menção honrosa também às mudanças no Agente Ward que, graças a Stan Lee, deixou de ser um almofadinha metido a herói para se tornar uma espécie de Hannibal Lecter para a Agente Skye, ela mesma uma outra mala-sem-alça que parece ter ficado mais interessante nesse episódio.

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Soma-se a isso uma oportuna aparição em “flashback” de Peggy Carter e outros personagens do Comando Selvagem vistos em “Capitão América – O Primeiro Vingador” (já preparando o terreno para a vindoura série da Agente Carter), e também algumas sequências de ação realmente empolgantes. Ah, e finalmente vemos um vilão conhecido da Marvel incomodando a equipe: “Crusher” Creel, o famoso Homem-Absorvente, proporciona um desafio muito mais interessante aos protagonistas do que todos os outros “monstros da semana” da primeira temporada juntos.

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Mas o que realmente mais agrada nesse “recomeço” de “Agents” é o tom mais sério (e até sombrio) do programa, ainda que com pitadas de humor. É uma grande evolução em relação àquela atmosfera quase galhofa que vimos na primeira temporada. “Agents” parece ter deixado de ser apenas uma “curiosidade” para os fãs, uma espécie de “cena secreta gigantesca”, para se sustentar sozinha como entretenimento. Claro, ajuda muito o fato de que agora os demais filmes da Marvel não precisam se preocupar com o papel da S.H.I.E.L.D., e vice versa.

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Esse “season première” só reforça que “O Soldado Invernal” foi a melhor coisa que poderia ter acontecido à serie. Porque, convenhamos, a integração entre TV e cinema é bacana, todo mundo acha legal quando ouve falar, mas a primeira temporada provou que não é algo tão fácil assim de se fazer. Os produtores dos filmes não se prendem ao que está sendo mostrado na TV (e nem deveriam), e a TV sequer sabe o que será mostrado nos filmes até que eles estejam em vias de estrear. A necessidade de criar tramas menores sem saber que rumos a história tomará depois de algum filme se provou um ponto fraco de “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.”, que só foi corrigido depois de dezesseis episódios. Compartimentar, dividir e conquistar, deve ser uma estratégia muito mais viável para essa nova S.H.I.E.L.D., que vai ter que resolver seus próprios problemas sem poder contar com Capitão América, Homem de Ferro, Hulk e companhia.

Vitor Azambuja

Vi­tor Azambuja é gaúcho, advogado, leitor de quadrinhos, fã de séries de TV, amante de cinema, e podcaster - mas só entende mesmo de uma ou duas dessas coisas todas.

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Comentários

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2 Thoughts on “Quadrim Comenta – Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (S02E01): Shadows

  1. leandro alves|

    eu não sou muito fã da SHIELD, mas até que quando assistia, a série não estava ruim. eu não estava na hype de que ia aparecer personagens famosos dos filmes, como a maioria acreditava. e vejam só teve que esperar o filme do “Tocha Humana bombado e de escudo” (para mim, Chris Evans é sempre o Torcha) para eles se inspirarem a mudar a série, até porque Coulson é fã do Capitão. espero que a série continue. precisamos de mais séries de heróis

    • Equipe Quadrim|

      Na questão de “series de heróis” estamos bem servidos… Arrow, Flash, Shield, Gotham tão aí, vem ainda Demolidor, Constantine, Agente Carter…

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