Título: A Bíblia segundo o Gato
Autor: Philippe Geluck
Editora: Nemo
Tradução: Fernando Scheibeúmero
Número de páginas: 200
Formato: 25 × 16 cm
Preço: R$ 49,00
Sobre o Álbum
Provocativa. Instigante. Sarcástica. Cômica. Crítica. Reflexiva. São inúmeros os adjetivos que podem ser usados para qualificar a HQ A Bíblia segundo o Gato, do belga Philippe Geluck, lançamento da Editora Nemo no Brasil.
O álbum não poupa ninguém com seu humor ferino, nem mesmo o próprio autor. Temas considerados tabus como o aborto, o casamento homo afetivo, a subserviência do homem à religião, a exploração e a violência são alguns assuntos que polemizam as 200 páginas de quadrinhos, que buscam responder a todas as perguntas dos homens desde o início dos tempos, tendo como única pretensão fazer rir. “Eis aqui a verdadeira história da criação do mundo por Deus e Pascoal, o carneiro. Recuse falsificações. Só esta versão tem a garantia de Deus e de Philippe Geluck”, anunciam dois anjos logo à primeira página.
De acordo com o diretor executivo da Editora Nemo, Arnaud Vin, “este álbum diverte justamente por sua postura politicamente incorreta”. Segundo ele, “Philippe Geluck, internacionalmente reconhecido como um dos grandes humoristas europeus, leva o humor aos últimos limites”, avalia.
Vários temas bíblicos aparecem no decorrer da obra, como a criação do mundo, de Adão e de Eva, sua expulsão do paraíso, o dilúvio e a Arca de Noé, e tantos outros, sempre em tom avassalador para provocar a reflexão dos leitores até o surpreendente final da história. Outro diferencial da HQ é a adaptação do texto, traduzido por Fernando Scheibe, à realidade do leitor brasileiro, com seus ditados populares, trocadilhos, músicas e palavras de ordem.
Nossa opinião
A primeira coisa a se dizer sobre essa publicação é que o título engana. Você imagina uma história onde temos Deus com características felinas, mas isso não acontece. Temos Deus que, por acaso, tem uma feição felina. Isso pode quebrar a expectativa do leitor.
Quanto à história em si, a intenção é realmente ser polêmica. A começar pelo excesso de foco na relação colorida entre Deus e o carneiro Pascoal. A história começa bem humorada, mostrando a criação do mundo de forma divertida, mas depois o autor recria livremente o início da Bíblia, sem se prender aos acontecimentos narrados, inserindo algumas boas piadas, outras nem tanto. Temos boas sacadas, como Deus ser casado com a Morte, uma visão interessante da relação vida e morte, ou a proibição de Adão em comer a maçã, pois caiu em um monte delas quando nasceu.
No geral, o autor busca principalmente polemizar, utilizando o humor como ferramenta. Pessoalmente, prefiro quadrinhos onde a visão de Deus e da religião de forma geral são tratadas com um humor mais leve, não menos crítico. Nesse sentido, o nosso Carlos Ruas, com Um Sábado Qualquer, é mais bem sucedido.
taí um livro que vou procurar nas livrarias, só pela versão de Deus ser um gato e seu ponto de vista.
Não acho que compraria, mas achei o desenho muito fofo. Esse gato com narigão tá engraçado.