Quadrim Comenta - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

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CONTÉM SPOILERS LEVES DO FILME!!! ESTEJA AVISADO!

O Hobbit não é, e nunca será, O Senhor dos Anéis. Isso é sempre bom ter em mente quando falamos de um livro e uma trilogia tão cultuadas. Guardadas as devidas proporções, ocorre o mesmo com Star Wars.

Em O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, chegou ao fim a trilogia que conta basicamente como o Um Anel foi parar na mão de Bilbo Bolseiro. Para quem só viu a Trilogia do Anel, é o que importa. Se você leu os livros sabe que esse é um acontecimento menor dentro da história. Por isso Peter Jackson precisou dar uma incrementada, colocar passagens apenas sugeridas em apêndices, explorar temas que não foram aprofundados por Tolkien. Sob esse ponto de vista, adaptar O Hobbit para as telas era um desafio muito maior do que O Senhor dos Anéis. Mas daqui a pouco volto a este ponto. Vamos ao filme.

A sequência de abertura do filme é simplesmente eletrizante. O ataque de Smaug à Cidade do Lago é desesperador e belo ao mesmo tempo. As cenas com Bard, e a forma que ele consegue matar o Dragão é empolgante e emocionante. É um dos pontos altos do filme.

Outro ponto alto foi toda a passagem de Galdalf em Dol Guldur. A aparição do Conselho Branco para salvá-lo é intensa, com a cena de luta de Saruman e Elrond contra os Espectros do Anel, além de Galadriel lutando contra Sauron, em uma cena muito assustadora. É legal porque mostra o verdadeiro poder desses personagens. Algo sempre falado, mas nunca realmente representado.

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Em matéria de desenvolvimento de personagens, a atenção é toda em Thorin. Bilbo é um coadjuvante de luxo na história, o que é normal, pois é assim também no livro. A “Doença do Dragão” é bem retratada, Richard Armitagge não é um over actor, o que é bom. Só senti falta de cenas com Balin, principalmente quando Thorin discute com Dwallin. Na minha opinião, era Balin quem devia estar ali. Em matéria de atuação, Martin Freeman prova de novo que foi a escolha perfeita, pela forma que se comporta, na simplicidade da sua atuação. Carrega aquele estilo que vemos também em Sherlock, e traz uma humanidade, uma naturalidade. O que é essencial, principalmente na cena final com Thorin. Impossível não se emocionar.

A tão alardeada Batalha dos Cinco Exércitos. O foco era todo ali, nas movimentações, na estratégia. Até a Companhia de Thórin entrar na batalha, faltou emoção. Está no livro, é verdade, mas isso deixou uma boa parte do filme um pouco estéril. O que é muito bacana de mencionar é o exército dos anões, comandados por Dáin Pé de Ferro. Um personagem bastante carismático. E a parede de escudos foi um show. Valia mais tempo de tela para eles, pois os elfos a gente já conhece. Não vou me deter em analisar a batalha, pois é tudo muito visual. Mas é importante falar que Peter Jackson foi esperto, na minha opinião, em dividir a luta em focos de ação. Ora em Bard, ora em Thorin, aí pra Thranduil, Dáin, Legolas, Tauriel e por aí vai. Dessa forma impediu que ficasse tudo monótono. A se elogiar também como Jackson resolveu um temor meu: O impacto da entrada de Thorin na batalha. Foi crível, acima de tudo.

Todas as tramas paralelas do filme foram resolvidas de forma satisfatória, inclusive as bem desnecessárias, como as de Tauriel e Kili, Thranduil e Legolas. A única que não consigo entender é o excesso de cenas com Alfrid, o Língua de Cobra genérico. É simplesmente inexplicável um personagem que não existe nos livros, sem função alguma na história, sem graça e chato, ter tanto tempo na tela.

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No geral, o saldo é bastante positivo. Há uma grande discussão em relação à divisão em três filmes, a necessidade em esticar uma história infantil em uma trilogia de filmes de três horas, que o filme é um grande fan service. Todas são bem pertinentes. Eu sempre fui defensor de que quanto mais Terra Média melhor. Então achei ótimo mais filmes. Enquanto três filmes para o Senhor dos Anéis era preciso, aqui em dois filmes teria resolvido. Porém perderíamos cenários legais, cenas interessantes e aqueles easter-eggs que os fãs adoram. Sacrifica-se o ritmo, claro, mas não se pode ter tudo. O Hobbit é um grande fan-service. E é ótimo que seja assim. Ele só existe porque O Senhor dos Anéis criou uma fan base que já era grande por causa dos livros e aumentou ainda mais por causa da trilogia. Se você quer resuminho, tem canais no Youtube que reduzem qualquer filme a um minuto e meio. De minha parte, vou ficar esperando a versão estendida.

Ricardo Sorvillo

Ricardo Sorvillo é membro do Quadrimcast e mora na Terra Média, sempre passeia por uma galáxia muito distante e salva o mundo de invasões alienígenas às terças, mas sempre é trazido de volta por sua esposa e filho, com quem sempre entra em disputa pelo controle do vídeo-game.

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Comentários

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3 Thoughts on “Quadrim Comenta - O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

  1. leandro alves|

    irei assistir o filme hoje para depois dar a minha opinião. mas bacana a resenha, Ricardo Sorvillo

  2. leandro alves|

    ” O que é essencial, principalmente na cena final com Thorin. Impossível não se emocionar.”

    claro, depois dele ter ser sido um cuzão maior em metade do filme e uns quebrados. e não sei se tudo foi resolvido na trama, mas acho que as partes mais importantes tiveram seu desfecho de fato.

    eu gostaria de falar mais, mas parafraseando Riversong: “Spoilers!!” (o que acho frescura, mas tem quem se importe.)

    fico curioso de como vão fazer o Silmarilon. que seria o INICIO do inicio de tudo.

  3. Marx Mattos|

    Como foi bem mencionado a sima foi feita uma comparação deste universo com o de Star Wars, eu me lembro que na década de oitenta nos tivemos um filme do universo Star wars mais bem despretensioso o filme dos yuoks quem se lembra?
    Pois bem esse filme era da mitologia (universo) star war mais se que o primeiro filme é citado de tão isolado. Na minha opinião esse filme era pra ter a mesma pegada, um filme de aventura pura aos moldes da decada de oitenta de filmes como kruu, conan, youks etc… Sem invenção de moda encheção de linguiça, deveria ser mais direto ao ponto.
    Mas ao meu ver a ânsia por dinheiro fez esse monstro, os filmes em si não são ruins mais são desnecessários, poderiam ter sido resumidos em um filme apenas, mais como dito acima nunca mais veremos filmes como na decada de oitenta totalmente despretensiosos o que é uma pena.

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