E hoje tem mais um QUADRIM ENTREVISTA, com um autor que está buscando pela segunda vez um financiamento no Catarse! Senhoras e senhores, falamos com GABRIEL JARDIM!
Quadrim: Gabriel, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas/personagens/histórias preferidas?
Gabriel: Cara, comecei a ler pequeno, Turma da Mônica e as historinhas que vinham na Recreio. Só passei a ler mais realmente por volta dos 12/13 anos, quando me interessei em acompanhar comics e mangás. Meus artistas preferidos são um monte e cada dia você descobre mais um fresco que desenha pra caramba, haha. Mas eu geralmente me prendo mais aos que estão perto de mim, meio que um orgulho bairrista, talvez.
Deodato é realmente a maior referência pra mim e sempre será, ele é o culpado por eu querer fazer isso e sempre esteve disposto a me atender, tirar dúvidas e me responder durante todos esses anos. Então citarei Deodato, Jack Herbert, Shiko e só pra sair da Paraíba, Adam Hughes e Sean Murphy.
História preferida, atualmente minha HQ preferida é o Tungstênio do Quintanilha, quadrinista que eu mais procuro me espelhar desde o ano passado.
Quadrim: Antes de “De Dentro da Couraça”, você lançou via Catarse a obra “Café”. Conte-nos a experiência de conseguir financiar uma obra pelo Catarse.
Gabriel: É muito bom e você se sente realmente próximo dos seus leitores. O contato é bastante direto e pessoal. Receber o feedback daqueles que apostaram em você é ótimo.
Quadrim: “Café” trata de três histórias que se interligam. Qual foi a origem dessa obra e de onde veio a ideia de interligar as histórias?
Gabriel: A origem veio do sentimento pelo qual eu fui contaminado pelo meu curso na UFPB, Mídias Digitais. Lá, todo mundo sempre tá produzindo algo e decidi que era a hora de finalmente fazer uma HQ, que era o que eu sempre quis fazer.
Uma boa influência pro Café foi Pulp Fiction, foi na época que parei pra conhecer melhor as obras de Tarantino.
Quadrim: Agora falando de “De Dentro da Couraça”, o que você pode nos contar sobre a obra, de onde veio o conceito…?
Gabriel: O conceito veio de duas vertentes. Ele na verdade foi o quarto roteiro que escrevi depois de Café. Todos os outros eu estava escrevendo por escrever e não estava ficando satisfeito. Então soube que devia trazer questionamentos e pensamentos reais que eu tinha e colocar pra fora. Tirar a inspiração de dentro mesmo.
Essa foi uma das vertentes, a outra foi o desafio de fazer uma história inteira dentro do mesmo ambiente, sem ação, sem flashbacks, prender o leitor realmente só pelo conteúdo e pelos diálogos.
Quadrim: Tanto “Café” quanto “De Dentro da Couraça” são baseadas em coisas do cotidiano. Você pensa em um dia trabalhar com coisas mais “fantásticas” ou gosta de se inspirar no dia-a-dia?
Gabriel: Talvez eu extrapole um pouco no futuro, mas acho que tenderei a sempre manter o pé mais na realidade. Não que eu não goste de histórias fantasiosas, adoro, mas minha cara na hora de escrever é mais pé no chão.
Quadrim: Atualmente um grande número de quadrinistas nordestinos tem encontrado espaço no mercado nacional, principalmente pela Internet. No que você acha que o mercado ainda pode melhorar?
Gabriel: Acho que tem muita coisa pra melhorar. Se conta nos dedos de uma mão o número de quadrinistas que sobrevivem só produzindo HQ pro mercado nacional. Um dos principais fatores que precisam melhorar é a distribuição, eu acredito. Mas ainda tem outras mil dificuldades.
Se bem que não sou de forma alguma um perito no assunto, to começando a colocar o pé agora, daqui a 10 anos cê me pergunta de novo que eu respondo com mais propriedade, haha.
Quadrim: Como já podemos considerar você um “veterano” de Catarse, que dicas você daria a outros quadrinistas que estão pensando em lançar obras via crowdfunding?
Gabriel: Ainda estou aprendendo bastante sobre o sistema de crowdfunding. Essa campanha nova foi bem diferente do que imaginei, mas consigo enxergar os prováveis motivos pra que isso tenha acontecido. Daria a dica de formar um público antes mesmo de criar um projeto (coisa que nunca fiz), uma página ou um blog, onde já se estabeleça um grupo de fãs.
Ser persistente e pegar no pé mesmo do pessoal pra ajudar. Fazer o projeto de coração e ser sincero com o valor pedido. Vejo projetos em que o pessoal coloca pra se pagar, preço de página. Acho isso um tiro no pé, a ideia é realizar o projeto e não você ser “contratado” pelas pessoas como se fosse uma editora.
Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Gabriel: Cara, o projeto está massa! Eu sei que evoluí desde o Café pra cá, quero mostrar isso pra todos e pretendo continuar nessa crescente. Como disse foi uma história que veio de dentro, com sentimento, e é essa a melhor forma de se fazer qualquer coisa. Tenho certeza de que não se arrependerão todos aqueles que apoiarem e em breve lerem essa história!
Ajuda o Gabriel aí, Tropa! Quem quiser conferir o projeto basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 35,00 você pode ter seu exemplar impresso (se o projeto atingir a meta, claro) e o projeto vai arrecadar dinheiro até dia 05 de maio de 2015!