Quadrim Entrevista - AnaLu Medeiros

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Segunda-feira, dia de trabalho… Mas pra ajudar, tem QUADRIM ENTREVISTA, com uma autora que está indo pro seu segundo financiamento com uma família que poderia muito bem ser a sua! Conversamos com ANALU MEDEIROS que falou sobre seu projeto CARVALHOS!

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Quadrim: Analu, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas/personagens/histórias preferidas?
Analu: Vocês devem “ouvir” muito isso, mas eu praticamente aprendi a ler com Turma da Mônica. Adorava ir na casa dos primos ou amigos que assinavam, até que quando eu tinha uns 8 anos de idade minha mãe me deu a assinatura de presente… E assino até hoje. Minha tia tinha uma banca de revistas, e eu também pegava aleatoriamente muita coisa que aparecia por lá; meu irmão lia Marvel e DC, mas eu não gostava muito de acompanhar, acabava lendo só os arcos menores. E sempre que recebia a gramática nova da escola passava página por página em busca das tirinhas .

Também descobri muita coisa de quadrinhos na MAD – que eu acho que nem tinha idade pra ler – mas achei umas edições antigas numa gibiteca. Meu primeiro livro de tiras foi o “Toda Mafalda“, eu passava tanto tempo com ele que minha cadela teve ciúmes e comeu um pedaço da capa ):

Li alguns mangás na adolescência também, e tive contato com Sandman por influência da minha mãe.

Os autores da infância costumam aparecer na lista de favoritos, mas hoje com a internet a gente tem acesso a tanta coisa, que a lista fica imensa, com tantos quadrinhos independentes… Puxando os primeiros favoritos da cabeça, eu citaria André Dahmer, Allan Sieber, Shiko, Fábio Coala, Rebeca Prado e Adri A.

Quadrim: Antes de falarmos de “Carvalhos”, você anteriormente teve o projeto “Ana e o Sapo” financiado no Catarse. O que essa experiência mudou pra você?
Analu: Ana e o Sapo eram presentes há muito tempo na minha vida, que realmente mudou um bocado depois do livro. A ideia dele veio num momento bem “ou vai ou racha” da vida, e eu nunca tinha pensado em trabalhar com quadrinhos.

Quando eu era criança era como se as revistinhas da Mônica simplesmente aparecessem prontas, eu nunca pensava no processo de produção e nem em fazer parte disso; era como se fosse uma coisa mágica, inalcançável.

Conheci a Milena Azevedo já quando tinha planos pro livro; ela gostou do meu trabalho e me deu muito apoio, me orientou a levar o livro pro FIQ e a partir daí eu conheci muita gente, passei a frequentar outros eventos de quadrinhos, livros e editoras independentes, passei a buscar mais conhecimento e ler mais quadrinhos, fazer cursos e workshops… Foi tudo muito rápido. Ainda está sendo, na verdade, ainda me sinto muito no comecinho.

Quadrim: “Ana e o Sapo” são cartuns, enquanto “Carvalhos” são tiras. Como é fazer essas duas séries em paralelo?
Analu: É legal porque me dá opções. Faz parte do meu processo criativo anotar umas besteiras que a gente fala, faz ou pensa sobre a vida, e muitas vezes eu já anoto pensando onde aquilo vai encaixar melhor.

A estrutura dos dois é diferente, e a personalidade das séries também, então raramente eu descarto uma piada porque consigo colocar ela em algum lugar, eventualmente. Às vezes é muito curta pra três quadros, muito grande pra um só, muito grosseira pra Ana e o Sapo, ou muito fofinha pra Carvalhos… Só é difícil manter a assiduidade, realmente.

Meu primeiro ano foi muito bom, eu raramente perdia um dia, mas ultimamente estou com mais atividades extras e o Catarse… Tô devendo muito, mas também não estou me exigindo tanto, já que tem um livro a caminho. Pretendo voltar a ser mais disciplinada depois que passar essa correria.

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Quadrim: Falando agora de “Carvalhos”, a tira tem como personagens uma família. De onde vem a inspiração para fazer as tiras, a criação desses personagens…?
Analu: Todos eles sou eu, de certa forma. Eu se fosse pai, se fosse mãe, se fosse irmã mais velha, se fosse irmão mais novo… Cada um deles tem uma característica minha, às vezes de diferentes fases da minha vida.

Eles não se parecem com meus familiares – claro que tem algumas pitadinhas – e claro que é também tudo muito caricaturado. E as situações saem do dia-a-dia, muitas vezes coisas que eu passo, ou que eu imagino como seriam se eu passasse. Eu falo bastante “isso dava uma tirinha…” e acaba virando, mesmo. Quando falta inspiração eu vou ver meus tweets antigos pra ver do que eu andei reclamando…

Quadrim: Quando terminou a campanha do “Ana e o Sapo” você já pensava em começar um para “Carvalhos”? Ou houve algo que a impulsionou além do financiamento bem sucedido?
Analu: Não. A minha ideia de publicar Ana e o Sapo era mais para registrar o que eu havia produzido até ali do que trabalhar com quadrinho. Mas eu havia passado alguns anos produzindo bem pouco, e voltar a desenhar com frequência me fez ver a importância daquilo para mim. Então estabeleci a meta de publicar uma vez por ano, o que quer que fosse, para me manter ativa.

O Zine “Sangra” saiu pela Editora Tribo em 2014 e tem uma HQ que eu fiz durante o 24h de quadrinhos, que pra mim foi importantíssimo e eu fiquei bem feliz com o resultado e com a publicação, em poder experimentar com o formato e tudo o mais.

E aí para esse ano eu tinha material suficiente pra publicar Carvalhos, e também queria que o pessoal conhecesse esse outro lado – e não me associasse só a Ana e o Sapo, que é um material mais fofinho – então pensei que seria ideal para levar no FIQ 2015 e resolvi tentar o financiamento coletivo mais uma vez.

Quadrim: Uma das recompensas diferentes no projeto é um isqueiro Zippo personalizado. Como surgiu a ideia de ter uma recompensa assim?
Analu: Na campanha de Ana e o Sapo eu tive muitos problemas com várias recompensas… Com fornecedores, preço ou com tempo hábil pra fazer recompensas personalizadas, o que causou muitos atrasos na entrega e me incomodou muito. Detestei deixar os apoiadores esperando e ter que ficar me justificando por situações que muitas vezes eu nem podia resolver, só esperar…

Então decidi que nessa campanha iria trabalhar com recompensas mais simples e mais baratas de produzir e de enviar (canecas nunca mais!) pra evitar dor de cabeça. Mas ainda assim eu precisava de uma recompensa boa, que justificasse um pacote caprichado, então pensei no isqueiro já que o nunca tira o cigarro da boca.

A ideia inicial eram isqueiros comuns adesivados para as recompensas mais simples, mas teria problema em fazer os envios por ser material inflamável, não iria valer a pena. Então optei pelo Zippo, que justificaria um apoio maior e seriam bem menos apoiadores, seria mais tranquilo um envio mais caro. Pensei em personalizar com uma gravação do Zé, mas pelo menos por aqui o que eu soube é que a gravação industrial só se faz em placas.

A solução seria fazer uma gravação artesanal – que acabaria sobrando pra mim – e não ficaria tão profissional… Não ia combinar com um isqueiro tão chique! Então preferi pedir a opção mais cara, mas com a certeza de um resultado bom, que é o Zippo já personalizado da fábrica americana. Fiquei com medo de encalharem por ser um material caro, mas acabou que esgotaram logo no começo e eu disponibilizei outros – mas esses só poderão ser entregues depois, pois vai ser preciso uma segunda encomenda.

Quadrim: “Carvalhos” já está financiado, então quem já financiou, o que pode esperar?
Analu: Se ajudarem a divulgar mais, podem esperar um livro colorido! Hahaha. Esse orçamento inicial é para o livro com miolo em preto e branco, embora as tirinhas sejam publicadas coloridas online.

Apesar de usar poucas cores acho que enriquece bastante e ficaria bem feliz em alcançar a meta estendida de R$ 7.500 para poder fazer a publicação em cores. E fora isso as recompensas estão sendo produzidas com carinho, os isqueiros não chegaram aqui em casa ainda, mas já estão prontos e ficaram lindos, então é meio caminho andado…

E se a gente passar mais ainda da meta estendida quem sabe todo mundo não ganha zine ou algum outro brinde?

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Quadrim: Você é de Natal, uma cidade que tem bastante movimento quadrinístico (não podendo deixar de citar a FLIQ), o que você pode dizer dos artistas daí?
Analu: Realmente o pessoal é bem esforçado, e eu vejo que a cena de quadrinhos daqui é mais produtiva do que a de muitas cidades maiores do que Natal. Acho que caí no meio disso tudo num momento excelente, onde as coisas estão crescendo e é muito bom poder fazer parte diretamente dessa evolução.

O pessoal que já trabalha nisso há mais tempo tem se movimentado para publicar e organizar projetos e eventos, o que acaba sendo de grande ajuda pra descoberta de novos artistas e crescimento tanto do público quanto da produção. Minhas expectativas são boas quanto a isso.

Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Analu: Pra quem costuma frequentar os eventos eu gosto de lembrar que no FIQ a gente acaba torrando todo o dinheiro com o mar de opções que tem lá, então apoiar no catarse é uma excelente opção pra ter um livro a menos na bagagem e na fatura do cartão de crédito daquele mês, e um autógrafo a menos pra caçar – por isso todos os livros já vão autografados pelo correio.

E isso não anula uma passada na mesa e uma troca de ideias, é a parte mais legal de estar lá como autor. Vai ter até mais assunto, já que já vai ter lido o livro! Lembrando também que o mercado de quadrinhos é principalmente masculino, então vamos dar uma força pras meninas quadrinistas pra gente aumentar essa representatividade e expandir nosso mercado e nosso público! Todo mundo sai ganhando!

Pra quem já curte o meu trabalho, sabe como eu adoro cores, então investir agora é ajudar a meta estendida! E pra quem não conhece… Compra agora pra conhecer, ora. Eu sou engraçadinha, vai! 😀

Apóia aí, Tropa! O projeto da AnaLu já está financiado, então se você quer ter seu exemplar basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 25,00 você pode ter um exemplar (e vai poder fazer bullying com quem não tem, segundo a Ana) sendo que o projeto vai arrecadar dinheiro até dia 30 de maio de 2015! 

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Equipe Quadrim

Nerds e Apaixonados por cinema, séries de TV, animação, games e, especialmente, quadrinhos; os membros da Quadrim se reúnem aqui pra dar sua opinião, mesmo sem ninguém pedir, sobre todos os assuntos que fazem parte desse maravilhoso mundo.

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