Quadrim Entrevista - Chris Nazza

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Olá, #TropaQuadrimcast! Hoje temos mais QUADRIM ENTREVISTA, falando com autores que buscam financiamento para seus projetos! E desta vez, vamos matar valentões! Falamos com CHRIS NAZZA e sua obra KILL THE BULLY!

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Quadrim: Chris, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas/personagens/histórias preferidas?
Chris: Cara, eu não lembro de nenhuma época na minha vida em que não estivesse envolvido com quadrinhos. Desde sempre teve histórias em quadrinhos em minha casa e eu comecei cedo a fazer, mas nunca levava muito a sério meus trabalhos e sempre ficava num vai e vem em relação a fazer, mas sempre lendo alguma coisa. Tudo começou com os quadrinhos Disney quando eu ainda era criança e a primeira época que me lembro de eu comprando meus próprios quadrinhos foi no início dos anos noventa. Eu comprava umas revistinhas do Street Fighter e Mortal Kombat. Acho que a galera da época deve lembrar bem do que estou falando.

E depois do desenho do Homem Aranha na TV eu passei a comprar as revistas do Aranha, depois disso me tornei assinante do pacote Marvel da editora Abril por alguns anos… mas nem ligava para os outros heróis do pacote… a estratégia de ser assinante era simplesmente para não perder nenhuma edição das revistas do homem aranha. E mais ou menos nesse período eu, além de consumir Homem Aranha, de vez em quando flertava com Batman e Superman. E durante algum tempo essas (Homem Aranha, Batman e Superman) foram as principais revistas que eu comprava. E posso dizer que até hoje esses estão entre meus personagens favoritos. Esses, entre outros como Spawn, Savage Dragon, Justiceiro que desde que fui apresentado à história eu curti de cara, até coisa mais recente nesse universo dos super heróis como KickAss, Luther Strode e Superior.

A primeira vez que li alguma coisa que não era de super herói foi com Eu Te Amo Lucimar do Lourenço Mutarelli, virei fã do cara e a partir daí, Mutarelli é um cara que quando vou pra prancheta eu sempre o levo comigo. E o tipo de história que ele faz, no sentido texto e arte, com certeza é uma referência para o que quero mostrar nos meus trabalhos.

Hoje meu traço, ainda em metamorfose, é um misto de todas as influências que tenho de todas as mídias possíveis, gosto muito de desenhos como Family Guy e Bobs Burguer e nos quadrinhos eu ainda poderia citar como artistas/personagens e histórias preferidas coisas como Chester Brown (Pagando por sexo), David B. (Epilético), Dash Shaw (Umbigo Sem Fundo) e o Bryan Lee O’Malley do Scott Pilgrim. Mas para que quem convive comigo não ache essa resposta estranha eu tenho que dizer, Superman é o maior de todos e que adoro Dredd e Robocop.

Quadrim: Antes de entrarmos em “Kill The Bully”, você tem a webcomic “Eu e o Diabo“. Qual a ideia que fez surgir a webcomic?
Chris: Eu sou cheio das histórias e por vezes as abandono no meio do caminho para realizar alguma coisa nova que apareceu na minha cabeça. O trabalho de você escrever, desenhar e arte finalizar uma obra extensa pode ser muitas vezes frustrante quando você em um curto prazo quer testar seu trabalho e ter algum feedback.

O tempo que você se dedica a um trabalho pode ser mortal quando nem você mesmo tem certeza ou está seguro, de que aquilo que você está fazendo é realmente uma amostra do que você pode fazer. Uma real amostra do que você tem de melhor. Eu sempre fico encanado com essas coisas e sempre busco fazer o melhor a cada dia, no dia posterior eu sempre detesto tudo o que fiz no dia anterior. E disso tudo surgiu o Eu e o Diabo, de uma tentativa de transformar os trabalhos de um dia anterior em algo já apresentado e por isso de alguma maneira indelével da minha história.

Diferente de tudo que faço e acabo deixando para trás antes que alguém saiba da existência. Com o eu e o Diabo eu criei um compromisso mais do que comigo mesmo, criei um compromisso com a galera que vem aparecendo e curtindo, no sentido de respeitá-los e de ter o dever de continuar com o que me propus a fazer, não os abandonando, retribuindo o apoio que venho recebendo, e não negligenciando a história no meio do caminho, honrando o compromisso comigo mesmo e também com o público.

Eu diria que o Eu e o Diabo é uma espécie de terapia pra mim e que como podemos ver vem funcionando. Graças ao que venho realizando em Eu e o Diabo eu consegui desencanar de alguns aspectos do meu trabalho e venho levando as coisas menos a ferro e fogo. E fiquei com a cabeça tranquila para realizar o Kill the Bully.

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Quadrim: Outro trabalho seu é a obra “Move On”, que começou a ser feita em 2014 mas não foi concluída… Há planos de continuar a desenvolver a obra?
Chris: Pô, legal vocês mencionarem isso… hahahahha …. Cara Move On é a prova definitiva de que sou retardado. É dos mais recentes, o melhor exemplo para expressar minha total falta de controle sobre mim mesmo e do meu “modus operandi”. O livro está todo desenhado, tem 48 páginas eu acho, e ficou faltando apenas as últimas duas páginas para serem arte finalizadas. O que ocorreu com esse livro é justamente o que eu falei sobre o tempo de exposição que você faz de si mesmo a uma obra.

Depois de mais de um ano trabalhando no livro eu simplesmente acordei em um sábado e decidi não continuar. Pensei “porra isso pode ficar melhor”, “pode ter alguma coisa mais com que eu me sinta realmente representado nessa arte” e depois disso nunca mais voltei pro livro. E da maneira que está desenhado eu com certeza nunca mais retornarei. É uma história que eu gosto muito que possivelmente fará parte de uma trilogia e eu estou pensando em redesenhá-la, não sei quando o farei mas se um dia eu lançar Move On não será com a arte que já foi vista.

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Quadrim: Falando agora de “Kill The Bully”, a HQ obviamente trata de um tema polêmico, o Bullying. Por que fazer uma obra com essa temática?
Chris: Eu não saberia dizer exatamente porque eu escolhi o tema. Eu sou licenciado em Artes e trabalhei por um tempo dando aula. Talvez daí, por estar em contato com esse universo onde os diferentes são claramente discriminados e sofrem desde de apelidinhos até agressões físicas, juntando a isso os ingredientes inconsequência e imaturidade inerentes aos jovens, temos assim um cenário fértil para uma infinidade de histórias em seus mais diversos gêneros.

Quando eu comecei a pensar na história que eu queria escrever para compor o livro eu tinha em mente o mote Vingança. Eu queria escrever alguma coisa que fosse simples, que expressasse o sentimento de certo e errado, justo e injusto. Alguma coisa que tivesse um fim politicamente incorreto levando em conta o julgamento que as pessoas possam fazer quando entorpecidas pelo ódio ou uma falsa convicção de certo e justo.

Quadrim: A história gira em torno de 3 garotos que buscam vingança contra o “valentão”. Como foi criar uma individualidade para cada um dos protagonistas?
Chris: Os personagens foram criados em cima de estereótipos já estabelecidos e bem conhecidos. Como o fortão panaca que é facilmente manipulado ou cara mau que visivelmente suas feições e design apresentam seus predicados. Nesse quesito eu não ousei em nada.

Eu apenas tentei adicionar alguns pequenos detalhes a isso a fim de justificar algumas ações das personagens. Acho que a sacada da história é apresentar de maneira cruel o desejo que muitos que sofrem calados têm em relação aos seus algozes. E certo e errado são ocultados pelo “querer fazer” e as atitudes a partir daí são reações quase que instintivas aos seus estímulos.

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Quadrim: E como foi a decisão de lançar a obra via Catarse?
Chris: Eu não lembro bem quando ouvi falar de Catarse pela primeira vez. O certo é que em algum lugar eu vi o anúncio do livro Aokigahara do Renato Quirino e André Turtelli, me interessei pelo projeto busquei mais informações sobre a plataforma e desde então fiquei com a idéia de que esse poderia ser o caminho para lançar os meus trabalhos também.

Quadrim: Está se tornando comum autores de webcomics buscarem financiamento coletivo, você chegou a conversar com algum autor que tinha feito projeto no Catarse?
Chris: Eu até troquei uma idéia com algumas pessoas sim sobre o Catarse, mas não necessariamente autores de webcomics. Lembro que pedi algumas dicas para o Robson Parucci do Apocalipse, Por Favor. Falei com Luan Zuchi do Quadrinhosfera. Conversei com o Pedro Baldoni do Ciclanos e Ciclanas. Conversei com o Wesley Samp do Depósito do Wes. Uma galera super gente boa, se dependesse apenas deles o projeto estaria muito bem sucedido.

Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Chris: Cara no momento eu tô tão desesperado em ver que o trabalho de algum tempo pode não ser concretizado. Eu me esforcei e fiz de tudo para que minha parte fosse concluída e quando passei a bola eu sabia que não dependia apenas de mim. Eu no pé que estou diria “vai lá contribua mesmo que você ache meu projeto e minha arte uma bosta”… hahahhahaha

E para os que já apoiaram, me resta agradecer e dizer que apesar de qualquer coisa, independente do resultado, já estou trabalhando no meu próximo livro. E se essa não for a vez, novas oportunidades surgirão. Podem ter certeza disso.

E aí, Tropa, querem ver a vingança dos oprimidos? Basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 30,00 você pode ter um exemplar sendo que o projeto vai arrecadar dinheiro até dia 10 de junho de 2015! 

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Equipe Quadrim

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