Quadrim Entrevista - Mig Mendes

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Olá, #TropaQuadrimcast! Encerramos a semana com mais um QUADRIM ENTREVISTA, falando com autores que buscam financiamento para seus projetos pelo Catarse! E hoje falaremos de um veterano que está querendo publicar suas tirinhas sobre um garoto metaleiro (eu disse metaleiro, não metalúrgico!). Então, Up the Irons e vamos bater um papo com MIG MENDES e seu personagem THRASH!

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Quadrim: Mig, a pergunta básica que fazemos aos entrevistados: como você começou a ler quadrinhos? Quais são seus artistas/personagens/histórias preferidas?
Mig: Comecei a ler qualquer coisa muito cedo, e a família sempre me deu revistinhas infantis que me encantavam. Os gibis mais velhos que eu me lembro são Tio Patinhas, por exemplo, e gibis com os personagens do Estúdio Hanna-Barbera, como Flintstones. Obviamente, Cebolinha e Mônica estavam no cardápio. Meu negócio eram os gibis infantis, em formatinho mesmo. Eles é que mexeram com minha cabeça para sempre.

Abrindo mais o leque, posso citar o Laerte e o Ziraldo como meus autores mais reverenciados. Em matéria de super-heróis, sou “team Marvel” total. Em matéria de quadrinhos europeus, citaria o ZEP. Em matéria de mangá, sou uma nulidade. Não entendo nada.

Quadrim: Antes de falarmos de “Thrash”, você trabalha com Ziraldo ilustrando obras com o universo do “Menino Maluquinho”. Como você começou a trabalhar pra essa lenda viva dos quadrinhos?
Mig: Foi uma sorte gigantesca. Eu sempre fiz minhas historinhas amadoras, e estava cursando Jornalismo. No fim do curso, procurando emprego, topei com um anúncio nos classificados: procuram-se desenhistas de quadrinhos. Quantas vezes você já viu um anúncio desses? Nenhuma! E eu olhei os classificados muito poucas vezes. Mas respondi ao anúncio e era uma empresa que o Ziraldo tinha na época (1989) para licenciar suas criações.

Fiz, durante o fim de semana, uma historinha de cinco páginas com o Menino Maluquinho, como teste. Pouco depois o Ziraldo mandou chamar algumas pessoas para conversar. Ele foi conversando comigo e fazendo alterações editoriais no meu teste. Fez muitos elogios. No fim, esse teste acabou sendo publicado num dos primeiros números do gibi do Maluquinho. E eu fiz também a história de capa da edição número 1 do gibi.

Nesse tempo eu fazia só os roteiros. Fui fazendo roteiros e logo comecei a escrever as tirinhas do menino. Treinei mais o desenho e assumi o “lápis” de várias histórias a partir daí. Com o passar dos anos virei o coordenador da equipe e o editor-residente dos quadrinhos do Ziraldo.

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Quadrim: E como é o processo nesse trabalho junto ao Ziraldo?
Mig: Do meu ponto de vista, é supertranquilo. Ele dá liberdade. É um ótimo editor. Conserta histórias e diálogos rapidamente. Comparece com ideias perfeitas para publicação. E, de fora, você pode não perceber, mas é muito importante que ele seja um artista inquieto.

Está sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo, e poucas são restritas aos quadrinhos. Ele trabalha com grandes assuntos e muitas mídias (livros infantis, revista, TV, teatro, publicidade, por exemplo). Relaciona-se com personalidades de todas as áreas no Brasil. É um intelectual, além de artista, no meu modo de ver. Então, quem trabalha perto dele é sempre muito estimulado.

Quadrim: Você também tem os livros “Agência Frase Feita”, que misturam publicidade e muitas situações inusitadas, como surgiu a ideia?
Mig: Eu queria escrever um livro infanto-juvenil com mais texto. Não me lembro mais o que me inspirou, mas começou a se formar na minha cabeça um “universo ficcional” que eu nunca vi antes. Minha meta é sempre fazer algo que nunca escreveram antes. Eu achei que o mundo da publicidade é muito excitante, mas desconhecido. Poderia agradar às crianças e até mesmo ser educativo. Não é legal uma turma de escola brincar de inventar anúncios?

Eu sempre inventei anúncios de produtos imaginários quando brincava de fazer gibis. O resultado foi esse projeto em que um jovem trabalha numa agência de publicidade de uma cidade onde impera o realismo fantástico e os costumes são sempre inusitados. Não é um retrato fiel do mundo da publicidade, mas é uma história cheia de detalhes originais e que tem também um lado emocional que é a trajetória do protagonista.

Quadrim: Falando agora de “Thrash”, de onde veio a inspiração do personagem e das tiras?
Mig: Thrash foi uma encomenda. Surgiu a oportunidade de criar uma nova tira para a “Folhinha“. A editora Mônica Rodrigues Costa apenas pediu que a tira retratasse a criança daquele momento (1992).

Mesmo sem ser fã de thrash metal, eu me voltei para a ideia de representar um pequeno roqueiro, muito radical, muito rebelde, mas com a mamãe carinhosa sempre por perto. Era retrato dos anos 90, uma era selvagem, onde havia pouco limite pra tudo. A globalização avançava, as pessoas se integravam muito à cultura global, as bandas começavam a cantar em inglês, os brasileiros iam trabalhar nos EUA. Tudo muito cruel, mas muito interessante para a arte. O humor era muito politicamente incorreto (que bom!).

Tudo isso eu penso hoje, mas as tiras eram feitas com o pé no freio, para agradar à criançada que lia o jornal. Eu gostava de usar minha experiência com banda de garagem para escrever as piadas. São coisas que acontecem com todo músico amador. Depois a minha tira saiu para entrar a tira do OZZY, do Angeli, que estava bastante na mesma sintonia, só que o personagem dele era grunge e mais velho do que o meu.

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Quadrim: “Thrash” é uma tira semanal que saiu na Folha de São Paulo nos anos 90. Quais as maiores diferenças entre fazer tiras nos anos 90 e hoje? “Thrash” precisaria de algum ajuste pra sair hoje em dia ou o humor dele é “atemporal”?
Mig: Sim. Hoje eu faria adaptações no personagem. Ele baixaria um pouco a crista. E não teria muito luxo em casa. O negócio da música mudou muito.

Portanto, ele mexeria mais com computador, ia ter canal no youtube. O legal seria eu criar uma banda de verdade para gravar as músicas dele. Não seria legal? Uma tira com vídeos no youtube e faixas no iTunes? Mais ou menos como foi o GORILLAZ.

Quadrim: Quem já apoiou o projeto, o que pode esperar caso o mesmo conquiste o financiamento?
Mig: Pode esperar minha eterna gratidão e pode esperar que eu vou amolar todo mundo novamente para fazer o livro com as minhas velhas tiras “O URSO NO ESPAÇO“, que são até melhores do que o Thrash. Na verdade, eu sou o primeiro quadrinista “nerd” daqui, mas ninguém sabe.

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Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Miguel: Amantes dos quadrinhos brasileiros, não tenham medo de apoiar uma projeto que estiver meio “fora da curva”. Pode ser uma PEPSI.

E então Tropa, ARE YOU READY FOR METAAAAAAAAL? Basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 20,00 você pode ter um exemplar garantido (projeto já financiado!) sendo que o projeto vai arrecadar dinheiro até dia 02 de julho de 2015! Corre!

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Equipe Quadrim

Nerds e Apaixonados por cinema, séries de TV, animação, games e, especialmente, quadrinhos; os membros da Quadrim se reúnem aqui pra dar sua opinião, mesmo sem ninguém pedir, sobre todos os assuntos que fazem parte desse maravilhoso mundo.

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