As musas falam e o artista cria seu mundo, #TropaQuadrimcast… Mas e se são muitas visões e não uma só? É o que discutimos com CADU SIMÕES sobre seu projeto COSMOGONIAS neste QUADRIM ENTREVISTA!
Quadrim: Cadu, antes de começar, queremos agradecer pela entrevista. Iniciamos com a nossa pergunta habitual: como você se tornou um fã de quadrinhos?
Cadu: Eu não lembro exatamente como me tornei fã de quadrinhos, mas comecei a ler, como quase todo mundo, quando criança. Primeiro com os quadrinhos Disney, depois super-heróis Marvel e DC, e daí pra todo tipo de HQ.
Quadrim: E como foi a transição de deixar de ser “só fã” pra se tornar um roteirista?
Cadu: Comecei a escrever quadrinhos aos 13 anos, mas só passei a levar a sério mesmo a ideia de ser roteirista aos 18, quando comecei a publicar o Homem-Grilo. Mas só foi com 23 anos que comecei a pegar os meus primeiros trampos pagos como roteirista (no caso, eram quadrinhos institucionais).
Quadrim: A sua carreira é bem longa, com participações em dois notáveis coletivos: o 4o Mundo e o Petisco. No que esses coletivos influenciaram suas obras?
Cadu: Na verdade, por ser um dos fundadores tanto do Quarto Mundo quanto do Petisco, eu acho que minha visão de como fazer e publicar quadrinhos acabou influenciando mais o coletivo do que o contrário. No Quarto Mundo, no que se refere a publicação independente como uma alternativa tão viável quanto publicar por editoras. E no Petisco, na ideia de que publicar quadrinhos online e sob licenças livres como a Creative Commons não impede a publicação impressa. Acredito que, por exemplo, Terapia e Beladona só conseguiram ganhar belos álbuns impressos financiados coletivamente pelo Catarse, porque antes formaram uma forte base de leitores que acompanharam as duas HQs online no site do Petisco.
Quadrim: Atualmente muitos quadrinistas reconhecidos são autores ou desenhistas, mas poucos roteiristas são aclamados. Você acha que há uma dificuldade extra em ser um roteirista?
Cadu: Sim, há uma dificuldade extra em ser roteirista de quadrinhos devido ao fato de que para o roteirista é impossível fazer uma HQ sozinho, como é pro desenhista. E no Brasil nenhuma editora aceita projeto de quadrinhos só no roteiro (mesmo os editais de quadrinhos, como o Proac, também não aceitam, é preciso mandar algumas páginas desenhada de amostra). Então o roteirista precisa arranjar um desenhista que acredite no seu roteiro e aceite trabalhar com ele em co-autoria. E para um roteirista iniciante, ainda sem nome no mercado, essa pode ser uma dificuldade e tanto. Eu tive bastante sorte nisso, pois o Ricardo Marcelino, que era o desenhista do Homem-Grilo, era meu vizinho, e nos conhecíamos desde criança. Então não foi difícil arranjar um desenhista pro meu primeiro quadrinho publicado.
Quadrim: Falando agora de “Cosmogonias”, a obra trará várias histórias com seus roteiros. Quais as inspirações para escrevê-las?
Cadu: As histórias contidas em Cosmogonias possuem em comum temáticas que falam sobre narrativas míticas, sobretudo da tradição grega. Muito disso devido a minha formação como Historiador (cheguei também a cursar Letras – Grego Antigo, mas não conclui). Também possuem a influencia de escritores que gosto muito, como Douglas Adams e Terry Prachett. Quem conhece esses dois escritores verá várias referências as obras deles nas HQs de Cosmogonias.
Quadrim: A HQ terá desenhos de artistas de renome, muitos já velhos perceiros seus. Como é montar uma equipe tão talentosa?
Cadu: Eu me sinto privilegiado, e sou muito grato, por ter tido a oportunidade de trabalhar com desenhistas tão talentosos como Camila Torrano, Gil Tokio, Jozz, Juliano Oliveira, Mario Cau, Mario César e Will. Fico feliz de que todos eles acreditaram nos meus roteiros e aceitaram desenhar minhas histórias. E espero poder ainda fazer muito outros trabalhos com eles.
Quadrim: Quem já apoiou, o que pode esperar do livro?
Cadu: Pode esperar o melhor do que já produzi em HQs curtas nesses meus 16 anos de carreia como roteirista de quadrinhos. São HQs que abrodam questões filosóficas, mas de forma leve e descompromissada.
Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Cadu: O investimento mínimo em Cosmogonias é de 10 reais, no qual você já ganha a revista para retirar na CCXP (pelos correios o apoio é de 15 reais). Acho que é um valor bem em conta para o que a antologia oferece ao leitor, roteiros que, modéstia a parte, são bem escritos, e desenhados por desenhistas que, na minha opinião, estão entre os melhores do Brasil (a maioria deles, aliás, ganhadores de Troféu HQMix).
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