Charlie Brown na área, #TropaQuadrimcast… #SQN. Hoje o QUADRIM ENTREVISTA fala com mais um artista buscando financiamento via Catarse, o talentoso FELIPE PARUCCI e seu projeto JÁ ERA!
Quadrim: Felipe, antes de começar, queremos agradecer pela entrevista. Iniciamos com a nossa pergunta habitual: como você se tornou um fã de quadrinhos?
Felipe: Eu que agradeço! 🙂
Bom, minha história com as HQs começou num dia normal no colégio primário (primeira série, talvez? Uns 7 anos). Eu estava no recreio “tirando onda com a minha galera”, quando avistei um coleguinha sentado no chão de mármore (ou uma imitação barata de mármore) escorado numa coluna e lendo um gibi. Eu pedi pra olhar mas o garotinho (um tremendo de um cuzão, diga-se de passagem) me disse que aquilo era dele e eu poderia estragar. Fiquei só olhando de longe mas o molequinho cuzão ficava tentando me impedir, virando as costas ou escondendo o gibi de mim. Eu já lia uns gibis da Turma da Mônica, Tio Patinhas, mas aquele não era um gibi de criança, aquele era diferente, era um gibi de super-herói!!!! Não me lembro quanto tempo enchi o saco dos meus pais pra ganhar um daqueles, mas me lembro que o meu primeiro foi X-Men 35, da Editora Abril. Nele, a história que me chamou a atenção foi uma do X-Factor, onde o Ciclope dava um pau no Molde Mestre. Entretanto, eu não entendi porra nenhuma da história na época, e achei o texto comprido demais pra conseguir acompanhar, então eu só olhava as figuras e inventava uma história onde o Ciclope era o “Xis-men” (eu realmente achava que o Ciclope era o “xis-men” e era o principal personagem da revista) e o Molde Mestre era o “Xis-Factor”. Não tinha como não virar fã. (O Ciclope é meu personagem favorito dos x-men até hoje, apesar de eu não ler mais quadrinhos de super-herói)
Quadrim: Antes de falar de “Já Era”, você lançou via Catarse anteriormente a obra “Apocalipse, Por Favor”. O que tirou de lição do primeiro projeto que ajudou neste?
Felipe: Acho que o fato de fazer boas recompensas, que realmente estimulem as pessoas a investir uma grana maior. Mas pra dizer bem a verdade, me parece que cada campanha é muito peculiar. Quando fiz Apocalipse, por favor, eu era um completo desconhecido e apesar disso, a campanha de desenvolveu muito facilmente, atingi a meta com certa facilidade, sem nóias. Agora nessa, fazendo meu segundo livro, já mais conhecido pelo público, estou achando bem mais difícil desenvolver a campanha, chegar nas pessoas, chamar atenção. Ainda bem que tem vocês pra me ajudar (:
Quadrim: “Apocalipse, Por Favor” teve sucesso, inclusive ficando entre os finalistas de 2 categorias no HQ Mix desse ano. Como foi a sensação de estar entre os indicados?
Felipe: Cara, foi louco. Esse prêmio existe a muito tempo, ouço falar dele desde moleque. Nunca imaginei que um dia teria meu nome relacionado ao HQMix de alguma forma. Pena que eu não ganhei ):
Quadrim: Agora sobre “Já Era”, você define a obra como uma “Dramédia Psicodélica”. Como surgiu a ideia pra essa HQ?
Felipe: Hahahaha, pois é, “dramédia“, adoro esse termo! Acho que todas as histórias que falam sobre a essência do ser humano podem ser definidas como “dramédias”, afinal nossa vida é um amontoado de dramas e comédias. Agora a psicodelia já é resultado de psicotrópicos mesmo.
Logo quando terminei Apocalipse, por favor eu já comecei a voltar os meus pensamentos pra uma nova história. Já tinha algumas em mente, mas um belo dia estava conversando com a minha namorada por telefone e ela me pediu pra contar uma história (pra dormir). Inventei na hora uma história qualquer e gostei tanto dela que ela virou o JÁ ERA, simples assim.
Quadrim: O seu estilo é bem marcante, quais cuidados você tomou pra que “Já Era” tenha sua própria identidade e se diferenciar de “Apocalipse, Por Favor”?
Felipe: Hmmm, também me pergunto isso todos os dias. Estou assumindo o JÁ ERA como um desenvolvimento de umas ideias que comecei a abordar em Apocalipse, por favor e talvez eu continue abordando nas próximas HQs. Com certeza vai ter momentos em que o leitor que já leu “Apocalipse, por favor” vai identificar semelhanças entre as duas histórias, e na verdade, estou fazendo pra que isso aconteça mesmo. Acho que estou mais na intenção de firmar meu estilo e mostrar meu ponto de vista das coisas do que querendo inovar ou mostrar algum tipo de “versatilidade criativa”. Na verdade mesmo, estou escrevendo do jeito que eu gosto de escrever. Espero que os leitores também gostem (:
Quadrim: O projeto tem um orçamento maior do que o projeto anterior, isso se deve ao número maior de páginas ou haverão mais novidades?
Felipe: Na verdade o orçamento dos dois, tirando o aumento de preços (das gráficas, dos produtos das recompensas e dos envios), é basicamente o mesmo. JÁ ERA deve ficar um pouco maior que Apocalipse, por favor, mas não tanto (talvez umas 10 páginas a mais). A diferença é que, na época do Apocalipse, por favor, eu tive medo de assumir uma meta muito alta e não conseguir alcançar (já que eu era marinheiro de primeira viagem). Como tinha uma grana guardada, preferi fixar uma meta mais enxuta, e bancar uma parte da produção com o meu próprio bolso.
Entretanto, tem uma novidade sim! Vou produzir Auto Ajuda, uma HQ de 25 páginas que vai funcionar como “adendo” do JÁ ERA. Uma história paralela que acontece no mesmo universo. Tem um detalhe nas histórias que as une. Ela é uma das recompensas da campanha no Catarse e vai ser lançada na CCXP desse ano (ou seja, vou lançar antes do JÁ ERA)
Quadrim: E pro futuro pós-“Já Era”, existem planos?
Felipe: Olha, meu único plano é continuar produzindo adoidado. Com ou sem leitores, fazendo ou não fazendo sucesso, eu só quero fazer meus gibis. Espero que esse role, e espero ter mais oportunidades pra publicar os próximos.
Quadrim: Quem já apoiou, o que pode esperar do livro?
Felipe: Pode esperar uma visão peculiarmente densa da realidade. A voz de uma geração em torno do debate sobre a nossa existência e o nosso modo de vida. Um questionamento sobre a nossa verdadeira função nesse gigantesco sistema de energia que é o universo. Ou, se não tudo isso, você pode pelo menos dar algumas risadas.
Quadrim: Pra finalizar, que recado você daria aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Felipe: Meu recado é o seguinte: Poxa, quem sou eu pra fazer você mudar de ideia? Compra aí, vai! Não tá tão caro! Tá mais barato do que uma garrafa de Jack Daniels…:)
Então “já era” ou “já é”, Tropa? Basta clicar na imagem abaixo e contribuir pra ser! A partir de R$ 45,00 você receberá um exemplar caso o projeto atinja os 100% e o prazo para contribuir é até 09 de outubro de 2016!