Quadrim Entrevista - Rochedo Press

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Hoje é dois pelo preço de um, #TropaQuadrimcast! Neste QUADRIM ENTREVISTA falamos de um projeto no Catarse que junta dois trabalhos em um só! Pra explicar isso, RAUL AGUIAR E THALES MOLINA falam de seu projeto ROCHEDO PRESS!

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Quadrim: Raul, Thales, antes de começar, queremos agradecer pela entrevista. Começamos da nossa forma habitual: como vocês se tornaram fãs de quadrinhos?
Thales: Eu sempre fui muito incentivado a ler quando criança e, sem fugir à exceção, comecei por Turma da Mônica e as coleções da Disney da Editora Abril. Quando adolescente, queria desenhar pro Mauricio de Sousa, inclusive, mas tive um grande hiato deixando os quadrinhos de lado – só voltei a investir em novas referências cerca de 5 ou 6 anos atrás, quando passei a acompanhar produções nacionais independentes e títulos que fogem do universo dos super-heróis, como os livros da editora britânica Nobrow.

Raul: Minha história é bem parecida, mas também adorava o Menino Maluquinho, as HQs dos Trapalhões e o Pequeno Ninja. Depois fui descobrindo os Comics, Mangá e o quadrinho americano independente. Hoje curto um pouco de tudo, até mesmo quadrinhos com temática mais infantil, como a Hilda, do Luke Pearson.

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Quadrim: Antes de falarmos do projeto “Rochedo Press”, vocês são pernambucanos que vieram à São Paulo. Que diferenças vocês sentem entre o mercado de quadrinhos lá e o daqui?
Thales: como passei a realmente investir minha atenção aos quadrinhos quando cheguei em São Paulo, em 2012, o que vejo da cena recifense é muito do que aparece pra mim online. Das vezes que consegui voltar pra cidade, tive uma ótima surpresa ao ver feiras de zines e produções artísticas extremamente autorais dos artistas de lá. Aqui em SP a história é outra: pra onde você olha, no nosso meio, tem gente imprimindo e colocando suas ideias pra fora. Esse “despudor” das terras paulistas foi o empurrão final pra que eu pudesse começar a criar algo só meu, sem a interferência de clientes, somado ao prazer de contar uma história aberta à interpretação pessoal de cada leitor.

Raul: Estou bem por fora do que está acontecendo em Recife. Quando morava por lá, curtia ilustrar, mas não era nada sério. E essa onda de hqs indies ainda não estava rolando. Mas no início dos anos 2000 tinha a Ragú, uma antologia incrível organizada por Lin e Mascaro.

Quadrim: E como surgiu a parceria entre vocês?
Thales: O Raul criou o Estúdio Aurora em 2009, em Recife, com Dui Aguiar, seu irmão; mas em 2011 veio pra São Paulo. Neste ano, eu, Thales, estava terminando o curso de design e comecei a trabalhar como estagiário neste mesmo estúdio, mas 6 meses depois também me mudei pra SP. Quando na Editora Abril, diagramando a revista Mundo Estranho, o nosso trabalho se uniu e nos tornamos mais próximos, até termos a ideia de juntarmos nossas forças pra um livro colaborativo. Também inseridos na produção estão Flavio Pessoa, editor de arte da ROCHEDO PRESS, pernambucano e designer da revista Superinteressante, além de Marcos de Lima, mais outro designer de Pernambuco que também trabalha na ME, assinando as cores de VAGALUZ comigo.

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Quadrim: Raul, falando sobre Timo, a sua “metade” do projeto, é uma história que envolve fantasia e livros. Quais foram as inspirações pra criar essa história?
Raul: O Timo foi criado em um curso intensivo de character design que fiz em Berlim. Lá eu não tinha acesso à internet ou livros, o que era legal, pois eu não tinha tempo para repensar ou planejar demais. Então acabei desenvolvendo o personagem e o cenário com uma mistura de muita coisa que eu gostava. Minhas lembranças de filmes como Goonies, História Sem Fim, Aventureiros do Bairro Proibido, e outros filmes de aventura dos anos 80 e 90 (até mesmo os filmes dos Trapalhões) com certeza me ajudaram a encontrar o tom da Hq. Mas assim que voltei para o Brasil, resolvi estabelecer a história em Recife e alterar um pouco o conceito original.

Reli Capitães da Areia, de Jorge Amado e O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Além disso, assisti alguns episódios de Doctor Who por recomendação de um amigo. Tudo isso para entrar no mood que eu queria para a história.

Adoro histórias que funcionam para todas as idades e espero ter conseguido fazer isto com Timo.

Quadrim: Thales, agora sobre “Vagaluz”, a sua história será sem texto mas com uma arte primorosa. Porque a decisão de não ter texto?
Thales: A decisão de não ter texto, na verdade, foi natural e conjunta – ambos trabalhamos muito com infográficos e a leitura pictógria e imagética da informação. Desta forma, quando fomos desenvolvendo nossas histórias, nos deparamos com o mesmo conceito de passar as ideias somente visualmente. Além disso, minhas grandes inspirações pra criar essa HQ são títulos como Pinóquio do Winshluss, a série Love desenhada por Federico Bertolucci, Adventures of a Japanese Business Man de José Domingo, dentre outros títulos parcial ou totalmente “mudos”. Sobre a arte, sempre gostei muito do estilo de gravuras, hachuras e contraste, mas tenho uma crise pessoal de qual estilo seguir quando faço algum trabalho totalmente autoral: minha fase de agora, desde alguns anos pra cá, tem sido a de testar muito com brushes tradicionais e simulá-los no digital – a partir daí, sombrear direto na lineart tem sido prazeroso. Acho que, nesse estilo, consigo chegar no nível de detalhes que quero no tempo que temos sem quebrar a cabeça.

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Quadrim: As duas histórias virão num mesmo livro, similar aos antigos Superalmanaque Marvel 4 e Superalmanaque DC 3. Como decidiram fazer uma coisa só e não dois projetos ou dois livros separados?
Raul: Sou fã dos almanaques! A idéia veio do Thales, desde o início do projeto. Acho que foi uma maneira legal de nos apoiarmos, apesar de nossas histórias serem bem diferentes.

Thales: Isso! Também decidimos fazer desta forma pra que o leitor tenha uma só publicação com duas histórias, o que aumenta a chance de identificação com pelo menos uma delas – além de tudo, o conteúdo editorial se torna maior, valorizando o produto e a relação da obra com seu preço.

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Quadrim: Quem já apoiou, o que pode esperar do livro?
Raul e Thales: Pode esperar um livro editado com muito cuidado, com qualidade gráfica, com histórias prontas pra interpretações pessoais! Esperamos que cada um traga suas experiências pro rumo que TIMO e VAGALUZ tomarão; a graça de estarmos caindo de cara em projetos pessoais é ter a chance de compartilhar com os leitores as formas que eu, você, o Timo e um vagalume enxergam seus mundos, juntando tudo numa coisa só.

Quadrim: Pra finalizar, que recado vocês dariam aos leitores que possam estar indecisos se devem investir no projeto?
Raul e Thales: A vontade de pôr essas HQs no papel é proporcional à dedicação que colocamos em cada página. Todo o processo tem sido pensado em conjunto, conversado, vendo como melhorar e trazer uma experiência diferente pra galera. O orçamento é só e somente só pra impressão de um material legal das quais as pessoas possam se orgulhar de ter na estante! E, sem dúvida, porque também está sendo um prazer enorme passar boas histórias adiante!

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O patrão ficou louco, aproveite a promoção, Tropa! Se quiser ter em sua estante um “Superalmanaque Nacional”, basta clicar na imagem abaixo e contribuir! A partir de R$ 35,00 você receberá um exemplar caso o projeto atinja os 100% e o prazo para contribuir é até 28 de outubro de 2016! Ah e quem quiser, eles estão com um sorteio do Facebook!

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Nerds e Apaixonados por cinema, séries de TV, animação, games e, especialmente, quadrinhos; os membros da Quadrim se reúnem aqui pra dar sua opinião, mesmo sem ninguém pedir, sobre todos os assuntos que fazem parte desse maravilhoso mundo.

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