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 Um passeio pela arena dos gladiadores ficcionais

 

Octavio Aragão

 

“Se tiver alguma citação a outra obra, alguma referência a personagens de outro autor, pronto, já não e literatura”. Quem disse isso – ou algo muito próximo – foi Jorge Amado, durante uma entrevista na TV.

Lembro que na hora pensei no pobre Edmond Rostand, aquele teatrólogo francês, cujo personagem mais famoso, Cirano de Bergerac, trocou algumas palavras com outro espadachim célebre, conhecido pela obra de outro francês, Alexandre Dumas. Sim, porque D’Artagnan faz uma breve aparição na peça de Rostand, o que, de acordo com o pai de Gabriela e Dona Flor (e dos menos conhecidos Pedro Bala e Jubiabá, só para não nos afastarmos muito dos heróis de ação literários) essa breve troca de frases transforma, inapelavelmente, Cirano de Bergerac numa obra menor.

Lembro também do entusiasmo de meu pai quando relatava as aventuras compartilhadas entre Arséne Lupin e Sherlock Holmes, disfarçado sob a alcunha Herlock Sholmes, ou os momentos em que os diversos cavaleiros da Távola Redonda, originários de ciclos diferentes, cruzavam armas. Era empolgante imaginar quem venceria em uma arena, se Lancelot, o perfeito, ou Tristão, o selvagem, e ampliar o conceito, discutindo quem era o mais rápido dos pistoleiros do oeste ou o mais inteligente dos detetives particulares. E, claro, quem seria mais forte, se o Super-Homem ou o Incrível Hulk.

O mal causado por essas conversas à minha imaginação de 14 anos foi irremediável.

Quando, em 2000, me convidaram a participar de um grupo de escritores empenhados em recontar histórias de seus personagens favoritos das histórias em quadrinhos, não pude negar. Já havia escrito um texto em honra aos X-Men, onde recontava uma aventura dos mutantes pelo ponto de vista de uma coadjuvante (isso muito antes da série Marvels, de Busiek e Ross), e pensei que seria um bom playground para exercitar essas práticas “pouco literárias”.

Logo na primeira reunião perguntaram por um nome. Sem pensar muito, falei “Quadrim”, baseado no termo desenvolvido por Ziraldo há décadas. Se “cartum” era uma versão com sotaque brasileiro do termo “cartoon’,
“Quadrim” teria um efeito sonoro parecido. O nome foi aceito e está fazendo história, com uma década de fanfics, podcasts e, agora, adentrando caminhos mais sérios. Literários, talvez?

Pois é. Os autores da Quadrim querem ir além, criar suas histórias e, mesmo que não seja literatura, parece que nada poderá impedi-los. Eu estarei aqui, acompanhando de perto cada produto saído das cabeças desses rapazes e moças. Porque eles têm coragem de virar as histórias pelo avêsso.

E também porque valeria a pena assistir ao duelo de Cirano e D’Artagnan.”


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